A cada nota ou moeda de real, os rapazes e as moças chegam mais perto da tão esperada viagem. A classificatória acontece entre 11 e 13 de maio, em Rondonópolis (MT). Além de arcar com os valores de inscrição e equipamentos, a equipe precisa garantir os recursos para hospedagem e alimentação. O lugar no pódio em alguma modalidade garante a participação na final do Campeonato Brasileiro de Karatê, que ocorrerá em outubro em Salvador.
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A karateca Laryssa Victória Lopes, 13 anos, é uma das que embarca pela primeira vez em uma competição a nível nacional.
A garota, que começou a treinar há apenas três anos, tem no esporte uma grande paixão e também almeja a carreira de esportista para o futuro. ;Desde que ingressei no karatê, minha vida mudou completamente. A rotina de treinos é quase diária. Não tenho palavras para descrever esse esporte. Se estou triste, basta apenas eu iniciar algum movimento para mudar o humor. É uma paixão;, define a garota. Laryssa, que até então apenas participou de disputas locais, está otimista com a seletiva. ;A confiança é a primeira sensação que devo ter, e estou muito confiante, com a certeza de que estarei em um lugar no pódio;, aposta a carateca.
Entre os atletas há também aqueles que tiveram destaque em alguma competição. É o caso de Hemilly Cristine Moreira, 10 anos. Ela começou a fazer karatê aos 7 anos. Apesar de pequenininha dentro do quimono, a garota é grande quando apresenta seus títulos e conquistas, como o bicampeonato nacional, em outubro do ano passado. ;Quando coloquei meu pé no tatame pela primeira vez, vi que aquele era o meu esporte. Foi amor a primeiro tatame;, brinca.
O asfalto quente não desanima nem atrapalha a desenvoltura do grupo. ;Qualquer esforço é válido nesse momento para não deixar nosso sonho morrer. Estamos confiantes de que vamos todos conseguir viajar para participar do campeonato. Os brasilienses têm sido bastante solidários com a nossa causa. Só temos a agradecer;, diz, com desenvoltura, Hemilly Cristine.
Incentivo
Se, na linha de frente, estão os competidores realizando movimentos do katarê, de fundo, as mães também participam empunhando uma faixa estampada com ;Ajude um atleta;.
Moradora de Planaltina, Yanna Chamone, 28 anos, acompanha o filho Miguel Farago, 8, e os demais atletas na busca pelo sonho. ;O pessoal está bem receptivo com as crianças. Como pais, o que temos que fazer é incentivar os filhos. Desde que começou a campanha, venho acompanhando eles de perto no sinal. As arrecadações têm sido boas;, comenta.
Os atletas que participam da campanha no semáforo fazem parte de duas agremiações: a Associação Hardy, de Sobradinho, e a Gerardo Coelho Karatê, de Taguatinga. Técnico de alguns dos esportistas, Heitor Hardy adianta que o transporte para o Mato Grosso já está garantido.
;A busca é para cobrir os gastos, principalmente com equipamentos. Os valores são altos e muitas dessas famílias não têm condições para arcá-los. Por esse fato, decidimos vir para o semáforo pedir contribuição de quem passar por aqui;. Ele destaca que não somente as doações que animam o grupo. ;É gratificante também ver o motorista abrindo a janela do carro para dar o parabéns, bater palmas ou buzinar. Eles ficam animados com essa demonstração de carinho e é isso que move o espírito do atleta;, ressalta.
PARA AJUDAR
Quem quiser contribuir com os caratecas de Brasília pode depositar qualquer quantia na seguinte conta:
Caixa Econômica Federal
Agência: 1041
Operação: 001
Conta-corrente: 00021698-9
Felipe Hardy Souza F. de Miranda