Jornal Correio Braziliense

Cidades

Greve dos professores da rede pública chega ao fim

Docentes seguiram a posição do comando de greve do Sinpro-DF e vão retomar as aulas na próxima segunda-feira (22)

Seguindo a posição do comando de greve do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) de encerrar a paralisação da categoria que já dura 27 dias, a classe decidiu interromper o movimento e retomar as aulas na segunda-feira (22/4). A categoria também votou por uma greve geral a partir de 28 de abril. A assembleia, no entanto, foi marcada por impasses por dois grupos.

Com gritos de ordem, bandeiras, tambores e cantos organizados, um grupo preferia manter as aulas interrompidas. O outro, no entanto, preferiu acabar com a paralisação. O movimento, que começou em 15 de março, deixou 450 mil alunos da rede pública sem aula.
Leia mais notícias em Cidades
Antes do início da assembleia, uma das diretoras do sindicato, Rosilene Corrêa, destacou que 80% do comando tinha optado por encaminhar a proposta de término da paralisação em razão da intransigência do governo. "A categoria se sacrifica e o governo mantém a intransigência. Entendemos que teremos muitos outros momentos de enfrentamento, que não significa recuo ou resistência, apenas uma estratégia do movimento", ressaltou.

[SAIBAMAIS]Entre as propostas apresentadas pelo governo, estão o não encaminhamento da reforma da Previdência no DF sem o debate com a categoria e a sociedade, além da não implementação da terceirização no magistério. O Executivo local se comprometeu a procurar mecanismos judiciais para evitar o corte do ponto dos dias parados dos professores e ofereceu R$ 100 milhões para pagamento de licenças prêmio transformadas em pecúnia para todos os servidores. No entanto, segundo o Sinpro, seriam suficientes R$ 207 milhões. Os professores representam cerca de um terço dos beneficiados.

"O governo só está se comprometendo a pagar um salário que é nosso. Essas respostas são inexistentes, porque não correspondem a absolutamente nada da demanda da categoria. O que está em discussão é o momento de se manter ou não a greve e de tentar, talvez, outras estratégicas para evitar o desgaste junto ao aluno", defendeu Rosilene, antes do resultado da assembleia.

Entre as reivindicações dos professores estão a exigência do pagamento da última parcela do reajuste salarial, pendente desde outubro de 2015; o questionamento do atraso no pagamento de licenças-prêmio de professores aposentados em 2016 e 2017; a cobrança dos salários atrasados dos professores temporários e a postura contra a Reforma Previdência enviada pelo governo federal ao Congresso Nacional.

Os professores também defendem o cumprimento da Meta 17 do Plano Distrital de Educação (PDE), que prevê a valorização de profissionais da educação, ;de forma a equiparar seu vencimento básico, no mínimo, à média da remuneração das demais carreiras de servidores públicos do Distrito Federal, com nível de escolaridade equivalente".