O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, disse que o Distrito Federal terá de enfrentar o racionamento de água, ao menos, até o fim do ano. ;Sabemos que não teremos chuva suficiente para encher os reservatórios, e as obras de infraestrutura que vão ampliar a capacidade de abastecimento do DF ainda demorarão alguns meses para serem concluídas;, adiantou nesta terça-feira, durante o seminário O desafio hídrico e as preparações para 8; Fórum Mundial da Água.
[SAIBAMAIS]Rollemberg abriu o evento, realizado, em parceria, pelo Correio e pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). Ele ressaltou que a ameaça de falta de abastecimento do DF é antiga, durando décadas, e que a seca mais forte acabou por revelar o problema. ;A nossa expectativa é que uma boa estação de chuvas, a partir de outubro, aliada aos investimentos que o governo está fazendo para a ampliação da capacidade de abastecimento do DF, consigamos superar esta crise no fim deste ano;, detalhou.
Em sua fala, o governador defendeu que o Distrito Federal precisa enfrentar o mau uso dos recursos hídricos. ;Essa questão da água diz respeito a todos nós. Só vamos construir formas mais sustentáveis de nos relacionarmos com a água, garantindo eficiência nos múltiplos usos do recurso, se tivermos consciência coletiva;, frisou.
Ocupação desordenada do solo
Ele citou também como uma das principais causas da falta de abastecimento a ocupação desordenada do solo, uma característica da formação de Brasília que trouxe graves consequências para o DF. ;A ocupação desordenada, além de ser feita sem o processo adequado de drenagem e preservação ambiental, produz outro fenômeno: o furto de água, que leva a 35% de perda de água da Caesb;, disse.
Entre as medidas que vêm sendo adotadas pelo GDF para que a situação se normalize no fim do ano, Rollemberg destacou o avanço nas obras da Usina Corumbá IV e o uso de água do Lago Paranoá para abastecer áreas como Lago Norte e Varjão. Esse último projeto conta com apoio do governo federal, que disponibilizou R$ 55 milhões para sua realização.
8; Fórum Mundial de Água
Além do governador, o seminário contará com a participação dos ministros do Meio Ambiente, José Sarney Filho, e da Integração Nacional, Hélder Barbalho, além da do diretor da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles, e outros 12 especialistas sobre o assunto.
O encontro é uma preparação para o 8; Fórum Mundial da Água, realizado pelo Conselho Mundial da Água e mais importante evento internacional sobre o tema. Em 2018, Brasília será a sede do fórum, que vai promover o diálogo sobre o uso global dos recursos hídricos. ;Nós estamos com ações de mobilização das escolas e do setor produtivo, buscando fazer com que o conjunto da sociedade brasiliense perceba a grande oportunidade que o fórum traz, de conhecer boas práticas desenvolvidas em vários países do mundo e avançar no sentido de garantir o uso sustentável da água;, concluiu o governador.