A equipe do Grupamento de Busca e Salvamento (GBS) do Corpo de Bombeiros retomaram, nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (11/4), as buscas na região onde o corpo de um bebê foi encontrado boiando no domingo (9/4). A suspeita é que haja pelo menos mais um adulto e a corporação trabalha com quatro hipóteses: afogamento, homicídio, acidente de trânsito ou suicídio (de um adulto, na companhia da criança). Nesta segunda-feira (10/4), às buscas pela superfície do lago foram até as 22h.
[SAIBAMAIS]A criança foi encontrada na imediações da Península dos Ministros, à altura da QL 12 do Lago Sul. Segundo o Corpo de Bombeiros, por volta das 17h de domingo um homem, que andava de jet ski no local, encontrou o corpo e acionou a corporação. O bebê, um menino, estava com calça de moletom amarela e uma regata com desenhos de barcos. Com o bebê, havia uma chupeta azul presa à roupa por uma fita também azul. Um broche com a imagem de um hipopótamo estava preso às vestimentas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a criança não apresentava marcas ou sinais de violência.
Investigação
Pelas condições do corpo do bebê, o Corpo de Bombeiros trabalha com a hipótese de que a morte tenha ocorrido há dois ou três dias. ;Em situações de afogamento, demora, no mínimo, 48h para o corpo da criança boiar;, explica o oficial. O tempo para que o corpo de um adulto boie é o mesmo, mas pode chegar a 72h. ;Se realmente for o caso de ter algum outro corpo, pode estar em outras regiões que não ali no ponto onde foi encontrada a criança;, arrisca o major Lourival Correia, chefe do serviço de comunicação dos bombeiros.
A análise do major tem como fundamento a correnteza na região. ;Aquela área é perigosa. Embora a gente não veja, há uma corrente ali. O próprio bebê, por ter um peso menor, pode ter sido arrastado para um ponto mais distante ao se afogar;, conclui. A investigação está por conta da 10; Delegacia de Polícia, responsável pelo Lago Sul e pelos condomínios da região.
Identificação
Determinar a causa da morte e fazer a identificação do menino será um desafio para os peritos. ;Nos casos de vítima encontrada boiando, as chances de se descobrir a causa da morte por meio do laudo cadavérico é de menos de 10% quando não há sinais de violência física;, afirma Malthus Galvão, professor de Medicina Legal da Universidade de Brasília (UnB). O especialista explica a dificuldade: ;Eles (os corpos) estão na fase enfisematosa (o mesmo que gasosa) da putrefação. Ocorre que, nessa etapa, os pulmões se encontram autolisados (destruídos), o que diminui consideravelmente a probabilidade do diagnóstico de eventual afogamento;, detalha. Nesses casos, segundo Malthus, o mais comum é o exame apontar ;sinais de imersão prolongada;.
Por enquanto, também não será possível fazer a identificação do bebê. Como, no Brasil, as crianças não constam nos bancos de impressões digitais, somente um teste de DNA poderá identificar a vítima. Mas, para isso, os investigadores precisam, antes, descobrir quem são os pais ou responsáveis.
Os investigadores da 10; Delegacia de Polícia (Lago Sul) apuram as circunstâncias do crime ; a 1; DP abriu a apuração como central de flagrantes. ;Estamos percorrendo a área para encontrar pistas. Um inquérito foi aberto para apurar as circunstâncias. Pode ter ocorrido de alguém cair no lago com o bebê ou até mesmo um carro pode ter caído no local após um acidente de trânsito;, apontou o delegado Plácido Rocha.