Quatro professores espanhóis do Instituto Cervantes de Brasília aderiram a paralisação nacional e passaram as últimas 48 horas de greve. Eles reivindicam aumento de salário, que, segundo o grupo, não sofre reajuste desde 2009. Os profissionais deixaram de lecionar na terça-feira (21/3). Outros 18 atos estão programados até o fim do primeiro semestre deste ano. De acordo com a secretaria da unidade, as aulas não foram interrompidas e outros professores estão atuando no lugar dos que participam do movimento.
"Nosso salário é inferior ao de outros profissionais da área. Só podemos trabalhar dentro dos organismos e não temos a possibilidade de desenvolver outro tipo de renda", reclama Luís Martín Carretero, representante sindical do Instituto Cervantes no Brasil. Ele defende um reajuste superior a 60%. "Nosso objetivo não é prejudicar as aulas e, sim, mudar este quadro. A realidade é que os professores estão totalmente esquecidos", lamenta Carretero. Ao todo, 17 professores espanhóis que atuam em oito unidades do instituto no país participam do movimento.
O representante dos professores informou que a greve funcionará de forma progressiva. Em abril, serão quatro dias de paralisação, em maio, mais seis, e oito em junho. Entretanto, a esperança dos professores é de que o governo Espanhol, responsável pelo pagamento, negocie o quanto antes. "Não ganhamos salário pelos dias paralisados. Estamos arriscando muito, mas não temos outra alternativa. Estamos aberto a negociações", diz Carretero. O representante sindical ressaltou que os órgãos responsáveis já estão cientes do movimento.
O Correio entrou em contato com a assessoria de Comunicação da Embaixada da Espanha, que afirmou desconhecer o problema. Também solicitou entrevista à direção do Instituto Cervantes de Brasília, mas não obteve retorno até o momento.