Cidades

Feira na Asa Norte se torna ponto de encontro e de negócios entre mulheres

Toda primeira semana do mês, entre quarta e quinta-feira, estandes de bijuterias, artesanatos, doces, brechós e tantos outros tantos produtos chamam a atenção de quem passa pelo prédio residencial

Walder Galvão*
postado em 22/03/2017 06:00
A artesã e dona de casa Mirian Xavier foi uma das fundadoras da feira: produtos diversificados
No início, eram apenas quatro amigas. Elas costumavam se reunir embaixo do prédio. Conversa vai, conversa vem, acabaram descobrindo que cada uma tinha um talento. Daí veio a ideia: por que não juntar essas habilidades e promover um evento comum? Assim, surgia a feirinha que, uma vez por mês, movimenta o Bloco C da Quadra 103 da Asa Norte. ;Na época, ficamos sabendo que o prédio já tinha realizado outras feiras e decidimos criar a nossa, com apenas as quatro participantes;, recorda-se Mirian Fernandes Xavier, 50 anos, uma das fundadoras.

Passados cinco anos, os encontros reúnem hoje 42 empreendedoras, que, além de obterem uma renda extra, expõem o seu trabalho e se divertem. Toda primeira semana do mês, entre quarta e quinta-feira, estandes de bijuterias, artesanatos, doces, brechós e tantos outros tantos produtos chamam a atenção de quem passa pelo prédio residencial.
A divulgação do evento é realizada pelas próprias empreendedoras. ;As redes sociais são nosso principal meio de propaganda. Além disso, utilizamos um carro de som e panfletos;, explica Mirian. Para participar, os interessados devem entrar em contato com uma das organizadoras e apresentar a proposta. No entanto, existem critérios para ocupar o espaço. ;Sempre procuramos pessoas que vendam produtos diversificados. Com isso, todas conseguimos vender;, explica.

A organizadora realça que a feira se tornou uma saída para as mulheres que procuram uma atividade e uma renda extra. ;A maioria de nós é dona de casa. Além disso, muitas não são de Brasília, então, não temos família próxima. Com a atividade, conseguimos fazer amizades e ainda trabalhar.; Para Mirian, o ponto negativo é a burocracia para a realização dos eventos. ;Todo mês, precisamos de uma nova autorização da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis). Preciso de pelo menos três dias para conseguir uma.;

Ao lado de Mirian, Rogéria Serafim, 50, é outra criadora da feira. As duas moram no mesmo prédio e atendem no mesmo estande. ;Trabalhamos com artesanato. Já comercializei em outros estados e até mesmo na Espanha;, conta Rogéria. Natural de Santa Catarina, ela relata que se diverte com a atividade. ;Tenho dois filhos que são adultos e moram fora. Sou só eu e meu marido. Precisava de uma distração.;

De fora

Com o crescimento do pequeno núcleo comercial, as organizadoras começaram a aceitar empreendedoras que moram em outras quadras e cidades. Adriana Cantelo, 39 anos, mora no Setor Militar Urbano e participa ativamente de todos os eventos. ;Fiquei sabendo por meio de uma amiga, há um ano, sobre a feira. Depois disso, conversei com a Mirian e comecei a participar;, conta.

Adriana comercializava doces, mas decidiu mudar completamente de ramo. ;Tinha muito trabalho na cozinha. Então, resolvi começar a trabalhar com objetos de decoração. Hoje, além de vender na feira, tenho uma loja on-line.; Para a comerciante, as feiras funcionam como uma terapia. ;Eu tinha um emprego, mas sofri um acidente e precisei me afastar. Além de me ajudar financeiramente, está me ajudando a seguir em frente;, celebra.

* Estagiário sob supervisão de Sibele Negromonte

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