Jornal Correio Braziliense

Cidades

Estudantes do DF voltam a ocupar escolas para protestar contra reformas

Cerca de 50 alunos estão no Centro Educacional do Lago Norte (Cedlan); o Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga, também foi ocupado, porém, após uma negociação pacífica com a polícia os estudantes decidiram deixar o local


De acordo com o advogado Thiago Lima, que representa os alunos, cerca de 50 pessoas participam da ocupação. "O clima é tranquilo. Os estudantes se reuniram com os professores, que apoiam o movimento, e a direção disponibilizou uma sala para eles dormirem, além de ter deixado os banheiros abertos. Agora, eles vão fazer uma assembleia para definir as comissões", explicou. O advogado disse ainda que há jovens menores de 18 anos no local. Os pais, no entanto, estariam cientes e teriam autorizado a participação dos filhos no movimento.

O Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga, também foi ocupado. Porém, após uma negociação pacífica com a polícia ; segundo relato do advogado John Razen ;, os estudantes decidiram deixar o local.

A Secretaria de Educação informou que a direção do Cedlan está em diálogo para que a unidade seja desocupada de maneira pacífica. Já a Polícia Militar disse que está monitorando a situação, mas só pode promover uma desocupação após decisão judicial.

A diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), Rosilene Correa, afirmou que, apesar de ter sido surpreendida com as ocupações, a entidade vê o movimento de forma "extremamente positiva". "Não é só em apoio à greve [dos docentes]. Os alunos estão tendo a capacidade de enxergar o que está em jogo. Eles sabem que a Reforma da Previdência não vai prejudicar só quem já está no mercado de trabalho. Ela também vai atingir os futuros trabalhadores", avalia.

Em outubro do ano passado, ao menos 1.108 instituições de 19 estados e do DF foram ocupadas, segundo levantamento da União Brasileira dos Secundaristas (Ubes). À época, os estudantes prostestavam também contra a reforma do Ensino Médio e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que estabelecia um limite nos gastos públicos pelos próximos 20 anos e que viria a ser aprovada em dezembro.