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Rosa Luz é uma transexual negra e da perifera. Aos 17 anos, se aceitou como mulher e entendeu que só estava no corpo errado. "A minha vida inteira foi conflituosa por eu não me sentir bem com o corpo que tinha, por eu ter nascido com um pênis. Eu ;deveria; me portar e viver como um homem. Tudo isso se contrapondo ao que eu sentia", relembra.
Todavia, tudo levava a rapper a entender o que ocorria consigo e, assim, facilitar a transição. "Foi um processo natural para mim. Quando percebi, meu nome no Facebook já era Rosa Luz, eu me vestia como uma mulher. Amigos também já me tratavam no feminino e isso me ajudou". Silenciada inúmeras vezes, não percebia dentro de si o talento que possuía com as palavras, embora tenha encontrado refúgio nas composições.
Procurando coragem para cantar, foi atrás de alguns rappers, mas não conseguiu parcerias. Na época, morava no Gama e escreveu uma música, intitulada "Quebrada Combativa". Ainda com dúvidas sobre sua própria capacidade, decidiu gravar um vídeo e postou no Youtube. Foram 100 mil visualizações, que serviram de combustível para a determinação para prosseguir com o labor artístico na música. Desde a adolescência, já trabalhava com fotografia e performance.
Trabalhos
Em janeiro de 2016, Rosa Luz criou um canal no Youtube, o Barraco da Rosa, que possui mais de 15 mil inscritos. "Busquei seguidores para poder continuar divulgando o meu trabalho, porque o mercado é fechado. Trato ali sobre questões da minha realidade, como mulher transexual, negra e da periferia", conta. Rosa Luz é responsável pela edição e divulgação dos vídeos.
Atualmente, a artista lançou um financiamento coletivo, que visa captar investimento para a realização de seu primeiro EP, o Clandestina. No site da vaquinha, há diversos valores para quem quiser ajudar. A contribuição será recompensada conforme o valor doado. "O EP contará a história de várias mulheres, a partir da identificação com meu processo de empoderamento, focando nas vivências periféricas de mulheres que são marginalizadas por serem pobres, negras ou trans", explica.
Atualmente, a artista lançou um financiamento coletivo, que visa captar investimento para a realização de seu primeiro EP, o Clandestina. No site da vaquinha, há diversos valores para quem quiser ajudar. A contribuição será recompensada conforme o valor doado. "O EP contará a história de várias mulheres, a partir da identificação com meu processo de empoderamento, focando nas vivências periféricas de mulheres que são marginalizadas por serem pobres, negras ou trans", explica.
A cantora também participou de um mapeamento do assédio nas ruas do país, realizado pela ONG Think Olga, que colheu depoimento de mulheres em diversos estados. O processo culminou no documentário Chega de Fiu Fiu, com direção de Kamanchek e Fernanda Frazão, realizado por financiamento coletivo, com a ajuda de mais de 1.200 pessoas.
Rosa foi uma delas e ilustrou o primeiro trailer, com um rap empoderador sobre o grito das mulheres, "As lobas".
*Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão.
Rosa foi uma delas e ilustrou o primeiro trailer, com um rap empoderador sobre o grito das mulheres, "As lobas".
*Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão.