A greve dos professores da rede pública do Distrito Federal, por tempo indeterminado, começou nesta quinta-feira (16/3). A paralisação afetará mais de 450 mil alunos matriculados na rede pública do Distrito Federal. Os educadores aderiram à greve nacional da categoria contra a Reforma na Previdência. Além disso, reivindicam por pautas locais, como o constante atraso do pagamento do 13; salário, da falta de pagamento da licença prêmio e do descumprimento do Governo do Distrito Federal quanto ao plano distrital de educação.
O ato foi proposto pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e teve adesão da categoria no DF durante assembleia geral em 13 de fevereiro. Uma nova assembleia geral dos professores do DF está prevista para 21 de março, para decidir sobre a continuidade do movimento.
[SAIBAMAIS]No Centro de Ensino Médio Setor Leste, na Asa Sul, a greve dos professores impactou cerca de 1.740 alunos de primeiro ao terceiro ano. Na instituição, 11 professores aderiram à paralisação em cada turno. Os alunos estão sem professores para as disciplinas de artes, filosofia, sociologia, geografia, português e inglês.
"Nós estamos passando atividades nas salas que não têm professores. Quando não temos essas atividades, os alunos ficam com horário vago. Mas só podem sair daqui com a autorização do responsável, nunca liberamos mais cedo", relatou a diretora Janaína Moreira de Faria.
No Centro Educacional 03, no Guará, funcionários disseram que alguns professores aderiram à greve e outros não e, por isso, apenas algumas matérias foram ministradas nesta quinta-feira (16/03). A situação no Centro de Ensino Médio 04 é parecida. A escola tem cerca de 600 alunos no turno da manhã, mas menos de 50 apareceram. No turno da tarde, cerca de 700 estudantes assistem às aulas todos os dias, mas apenas 30 compareceram. Um funcionário da escola informou ao Correio, por telefone, que apenas professores contratados estão dando aula e todos os definitivos aderiram à paralisação.
Corte na folha de ponto
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) decidiu cortar o ponto dos professores que deixaram a sala de aula para participar de assembleia promovida pelo Sinpro-DF há um mês. O desconto vai constar na próxima folha de pagamento. Da mesma forma, isso vai ocorrer com os docentes que aderirem a qualquer paralisação ou a novos movimentos.