O Distrito Federal será o primeiro lugar do mundo a implementar uma metodologia desenvolvida pelo escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC): a formação de habilidades para a vida em ambientes esportivos, a fim de prevenir a violência, o crime e o uso de drogas. O projeto-piloto, intitulado Vamos Nessa, será aplicado, em fase de teste, nos 11 Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF. A expectativa é de que as primeiras turmas comecem em abril, com duração de dois meses. A iniciativa é uma parceria da ONU com o Governo de Brasília, por meio da Secretaria de Esporte Turismo e Lazer do DF e da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social. Em maio, o trabalho deve chegar ao Rio de Janeiro. Após a primeira etapa de monitoramento e avaliação de resultados, o programa será estendido a outros países, como Peru, África do Sul e Quirguistão.
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A proposta inicial é realizar 10 sessões com atividades esportivas durante as aulas nos Centros Olímpicos e Paralímpicos (COP). A ideia é não abordar de forma direta o uso de drogas, a criminalidade ou a violência, mas focar nas habilidades que vão ajudar adolescentes, de 13 a 17 anos, a se manterem distantes dessas situações. ;Acreditamos que o esporte é um veículo importante para debater o tema da prevenção. A partir de jogos lúdicos, os jovens terão noção de controle, força, pressão do grupo, além de aprender a lidar com essas situações e a dizer não;, explica Nívio Nascimento, coordenador da área de prevenção ao crime e à violência no UNODC. Além disso, serão desenvolvidas capacidades, como resolução de problemas, pensamento crítico e criativo, tomada de decisões, construção de autoconsciência, empatia, comunicação eficaz e relacionamento interpessoal.
Nesta semana, 26 gestores e professores dos centros passaram por um treinamento no Ginásio Nilson Nelson, orientados pelo educador belga Peer van der Kreeft, para entender a metodologia e aprender a aplicá-la. O grupo vivenciou atividades teóricas e práticas, como uma dinâmica que usava a ginástica para mostrar a importância da ajuda mútua. ;As pessoas têm que se apoiar umas nas outras para formar figuras, focando que você não precisa ter medo de pedir ajuda ou de oferecê-la. Depois, há uma discussão de como levar isso para a vida real;, destaca Peer. Ele ainda conta que as dinâmicas usam jogo de bola, flexões, corrida e outras possibilidades esportivas para associar o esporte aos temas abordados.