Jornal Correio Braziliense

Cidades

Policiais civis vão às urnas para escolher a presidência do sindicato

Cerca de 6,5 mil sindicalistas vão participar, amanhã, das eleições para a presidência do sindicato que representa a categoria, o Sinpol-DF. Seis chapas estão inscritas para concorrer ao comando da entidade


Wellington Luiz garante que não vai se envolver diretamente com a disputa, mas a Chapa 40, encabeçada por Antônio Marcos Cosmo, é uma das que têm o apoio do distrital. Uma semana antes da composição dos grupos, Cosme estava junto de Jefferson Furtado, candidato à presidência pela Chapa 10. Mas houve uma cisão. Nos bastidores, circula a informação de que um não aceitou ser vice do outro.

Jefferson explicou que o rompimento com Cosme aconteceu apenas por divergência de ideologias. Ele alegou, ainda, que a dupla chegou a fazer algumas reuniões, mas ainda não estava definido quem seria a cabeça da chapa. ;Não temos nenhuma ligação com parlamentar, confederação, federação, nem escritórios advocatícios. Somos 18 policiais civis que se reuniram para apresentar uma proposta e brigar pela paridade com o reajuste da Polícia Federal. Consideramos isso inegociável;, defendeu. ;Vamos brigar pelo respeito aos aposentados e pela devida lotação dos agentes de custódia na Polícia Civil, porque eles foram abandonados na Subsecretaria do Sistema Penitenciário;, acrescentou.

Já Cosmo, o mais novo na carreira de policial civil entre todos os concorrentes, defende a busca do diálogo com grupos políticos. A Nova Central Sindical tem apoiado, indiretamente, a Chapa 40, com distribuição de material de campanha. Ele propõe a recomposição da articulação política do sindicato e a reestruturação com a base parlamentar para reconquistar a paridade com a PF. ;Na contramão disso, a atual gestão fechou os canais de negociação e dificultou o diálogo com nossos interlocutores;, avaliou. Sobre ter apoio do deputado Wellington Luiz, Cosmo alegou não ter inimigos políticos. ;Temos que procurar o diálogo com todos aqueles que puderem ajudar.;

A disputa deste ano também ficou marcada pela ruptura entre Gaúcho e o vice, Renato Rincon. Com a quebra da união, Rincon deixou, inclusive, de ter direito ao abono classista previsto pela lei trabalhista. A atual gestão concorre à reeleição na Chapa 30 e Rincon, na 60. Na visão do atual presidente, o discurso de falta de articulação política é falso.

Na avaliação dele, o Sinpol-DF é a única entidade representativa de classe que tem negociado com o governo, com a participação de deputados. ;Hoje temos um sindicato pluripartidário. Vamos dar continuidade a uma luta pela valorização da categoria. A nossa principal bandeira, neste momento, é a manutenção da paridade com a Polícia Federal e a valorização profissional por meio do reconhecimento de nossas atribuições em nível superior;, ressaltou. Ele alegou, ainda, que não houve rivalidade com o vice. ;Ele resolveu desenvolver um projeto pessoal;, acrescentou.

Rincon diz que pretende romper o ;isolamento político;. Por isso, nos bastidores, circulam rumores de que a Chapa 60 é mais governista. Ele nega e diz defender a manutenção da independência do sindicato. A composição tem entre os apoiadores o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Ibaneis Rocha. Para Rincon, a atual gestão isolou-se politicamente. ;Tínhamos o mais forte sindicato do país. Concordamos com a independência, mas ela não pode ser confundida com isolamento. Por isso, defendemos uma forte interlocução política em todas as esferas de poder;, ressaltou.

Alinhamento

A Chapa 20, encabeçada pelo agente aposentado Alceu Prestes de Mattos, vem do grupo conhecido como Churrascanas. Um dos coordenadores de campanha é o delegado Geraldo Nugoli. A chapa é alinhada com o ex-deputado e policial Alírio Neto, que chegou a emplacar Alceu como diretor do Instituto de Identificação da Polícia Civil. Ele nega o apoio do ex-distrital na campanha. ;Queremos resgatar a dignidade do policial civil que passa por dificuldade, principalmente em relação às outras categorias que já tiveram seus problemas resolvidos. A Constituição Federal estabelece que a Polícia Civil é da União, mas sempre estamos com problema por falta de uma Lei Complementar;, destacou.

Na Chapa 50, o candidato à presidência é Francisco Pereira de Sousa, o De Sousa, atual presidente da Associação-Geral dos Policiais Civis (Agepol). Nas últimas três eleições do Sinpol, ele ficou em segundo lugar. ;Vemos que o sindicato perdeu o lema da nossa chapa, que é agregação, articulação e avanço. Os cargos que compõem a Polícia Civil estão desagregados em razão da política instituída pela atual gestão do sindicato.;

Servidores e sindicalizados
A categoria possui 4.760 policiais na ativa e 3.534 aposentados. Do total, 6,5 mil são sindicalizados, entre funcionários ainda em serviço e os inativos. A entidade representativa de classe cobra R$ 91 de mensalidade dos sindicalizados.

Serviço
As eleições ocorrem nesta terça-feira, das 9h às 18h, nos prédios do sindicato na Asa Norte e em Taguatinga e, também, no Departamento de Polícia Especializada (DPE) e nas unidades que funcionam como Centrais de Flagrante: 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), 5; DP (Setor Central), 6; DP (Paranoá), 13; DP (Sobradinho), 20; DP (Gama), 21; DP (Taguatinga Sul), 23; DP (Ceilândia ; P Sul), 29; DP (Riacho Fundo) e a Delegacia da Criança e do Adolescente na Asa Norte (DCA I). A apuração dos votos será na Associação-Geral dos Policiais Civis (Agepol) e o resultado sai no mesmo dia. Se houver segundo turno, a votação já está marcada para 21 de março.