Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 03/03/2017 13:47
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Enquanto ministrava aulas de tambor em um workshop de percussão na Finlândia, em 2006, Celio Zidorio, também conhecido como mestre Celin du Batuk, idealizava um projeto de atividades sociais que pudesse levar a música afrobrasileira para todo o mundo. Com a ideia fixa na cabeça, o percursionista colocou o sonho no papel e foi atrás de pessoas que pudessem ajudar a realizá-lo. O resultado foi a criação do grupo Batukenjé, que há dez anos promove arte inclusiva no Parque da Cidade.
A ideia principal do grupo Batukenjé é estimular a prática do canto e da dança, agregando elementos marcantes da cultura brasileira Afro Contemporânea, como o próprio grupo descreve no perfil deles no Facebook. O nome do grupo, uma sugestão do historiador baiano e mestre J. Bamberg evidencia isso. Segundo Celio, no dialeto yorubá, a palavra " Batukenjé" significa "tocar um som alegre, levar alegria para as pessoas e tocar para Deus."
[SAIBAMAIS]Eles realizam ensaios abertos ao público todos os domingos, às 11h, no estacionamento 13 do Parque da Cidade. Os participantes podem escolher tocar os instrumentos ou apenas assistir à performance musical. Atualmente são 50 componentes no grupo, dentre eles, pessoas com necessidades especiais. ;Incluir essas pessoas trouxe um crescimento para o próprio Batukenjé. Eles são animados, sinceros e muito esforçados. Com o convívio coletivo conseguiram se desprender da timidez, por meio desse contato com a música;, conta o mestre Celin du Batuk.
Dez integrantes do projeto também comandam uma banda. Além dos percussionistas, participam o cantor Rigo Nunes e a cantora Gisele Guedes. Eles interpretam músicas de outros artistas, mas possuem as próprias composições. Há três anos, o Batukenjé puxa o carnaval do bloco ;Encosta que Cresce;. Neste ano, eles arrastaram 40 mil pessoas no Nilson Nelson.
Trabalho incessante
O trabalho do Batukenjé é constante. Os integrantes também participam de dois trabalhos sociais: um no Lixão da Estrutural, com o objetivo de inibir o trabalho de crianças no aterro, intitulado Kombo Arte Afro. Já no Itapoã, o projeto Quilombola integra os pequenos do Paranoá, em uma ação feita com a parceria da Associação Positiva de Brasília.
Para arrecadar fundo e manter os projetos em funcionamento, os componentes realizam cursos em outros países. Assim, conseguem manter o financiamento para adquirir novos instrumentos e confeccionar roupas para as apresentações e projetos. Com essa integração cultural, o grupo conseguiu abrir três filiais no Chile: na capital Santiago, e nas cidades de Chepica e Calama.