postado em 21/02/2017 09:00
A marcha nupcial ecoava pela capela enquanto as cinco noivas desfilavam vestidas de branco e com um buquê de flores nas mãos pelo tapete verde que as levava até o altar. Os noivos já estavam frente a frente com o diácono que comandava a cerimônia, apenas à espera do momento do ;sim;. Os cinco casais já estavam juntos há muitos anos, alguns deles com filhos, apenas à espera de um bênção sobre as alianças.
O casamento foi realizado na noite desta segunda-feira (20/02), na capela Nossa Senhora Aparecida, no Recanto das Águas. O lugar é rodeado por uma generosa área verde e cachoeiras artificiais, a umidade do ar deixava as noivas com frio, mas nada tirava delas a alegria daquele momento tão esperado.
O casamento coletivo reuniu cinco famílias que residem no Park Way ou nas proximidades, com cortesias que dava direito a cerimonial, decoração e buffet completo. Os noivos foram escolhidos pela comunidade após uma visita missionária do Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha e do bispo auxiliar, Dom Marcony Ferreira, à comunidade da Paróquia Sagrada Família, no Park Way.
Durante as visitas, os membros da Igreja Católica identificaram famílias carentes que tinham o sonho de se casar, com direito à toda pompa da cerimônia e festa. O casamento foi celebrado pelo diácono Mário da Paz, que já teve outras experiências em matrimônios coletivos.
;Já realizei vários casamentos coletivos. É muita emoção. Eu senti as cinco noivas me transmitindo essa emoção, enquanto nós celebrávamos este sacramento. Agora é indissolúvel. Antes de começar aqui eu falei para elas que o que Deus uniu, o Homem não separa;, acentua o diácono.
Josie Gonçalves, 34 anos, e Taynara Ferreira, 22, aguardavam por este momento há sete anos, desde que engataram o namoro. Logo começaram a morar juntos e, com a construção da casa, compra de móveis e eletrodomésticos para o novo lar, o sonho de Taynara de vestir branco e subir no altar foi ficando para depois. A noiva define como ;um alívio; poder se casar em uma cerimônia religiosa.
Se Iara Rocha, 43 anos, e Genésio Faustino, 45, tivessem se casado no ano em que, de fato, se uniram, teriam comemorado no último dia 17 as Bodas de Prata. Juntos há 25 anos e pais de quatro filhos, Iara e Genésio compartilham a mesma alegria. ;É um casamento com Deus agora;, diz a noiva. Os dois fazem parte da segunda geração de dos fundadores do CAUB e se conheceram no Conglomerado Agrourbano de Brasília em uma época em que a região era destinada à reforma agrária na capital.
Pais orgulhosos de gêmeos e de uma adolescente de 17 anos, Ana Célia Fernandes, 36 anos, e Edgar Resende, 39, estão juntos há quase 18 anos e se conheceram por meio de um amigo em comum. Os dois já eram casados no Civil e garantem que a partir de agora, o aniversário de casamento será contado do zero a partir do dia 20 de fevereiro. ;O matrimônio foi só um complemento de tudo que vinha acontecendo. Foi uma bênção de Deus na nossa vida;, festeja Ana Célia.
A história de Wesley do Egito, 41 anos, e Suzete Fernandes, 40, começa em uma corrida de táxi. Hoje, os dois tem um filho de 12 anos, mas há 13 anos, quando se viram pela primeira vez, Suzete entrava no táxi de Wesley. Ele pediu o telefone e, dias depois, criou coragem de convidá-la para sair. Suzete era desconfiada e não deu muita brecha para aproximação. ;Ele era muito insistente, eu fiquei foi com medo. Eu nem lembro muito bem quando foi que eu comecei a gostar dele, acho que foi porque tudo foi acontecendo aos pouquinhos;, conta.
Aroldo e Jucenilde Silva também vivam juntos há bastante tempo, cerca de 16 anos. O casal teve uma filha que, hoje, tem oito anos. Além do matrimônio, Aroldo aproveitou o trabalho realizado pela paróquia para se batizar, fazer a primeira comunhão e crisma. Os dois também prorrogaram o sonho do casamento enquanto demandas mais urgentes precisavam ser resolvidas. Como não precisaram desembolsar nenhum dinheiro na cerimônia e buffet, agora podem investir na própria casa.