O impacto do aumento de passagens de ônibus e metrô já está pesando no bolso do usuário. A alta na tarifa do transporte público contribuiu significativamente para tornar a inflação brasiliense a maior do Brasil em janeiro. Apesar da variação ser menor em relação a dezembro, entre as 13 capitais analisadas o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) da capital federal foi o maior. A nível nacional, o índice acumulado em 12 meses fechou acima da média, apesar de ser a sexta menor acumulada, com 5,41%.
A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) apresentou o dados na tarde desta terça-feira (14/2). De acordo com o relatório, a área de transporte impulsionou o aumento do IPCA mensal. O índice inflacionário do setor no Distrito Federal foi quase o triplo do Brasil, que fechou em 0,77 ponto percentual, enquanto que na capital federal o número foi de 2,18. O subgrupo responsável por isso foi o ônibus que teve alta de 14,75 ponto percentual em razão do aumento na passagem. Segundo o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli, o número é relevante, levando em consideração que o reajuste das tarifas ficou suspenso por 10 dias no mês.
Além da alta nas tarifas do transporte público, outro fator que alavancou o IPCA foi aumento das passagens aéreas, além das de ônibus interestadual, despesas pessoais, gasolina e ônibus urbano. Piscitelli explica que o setor de transporte tem grande influência para para o cálculo distrital. Isso se dá por causa das duas pressões relevantes para a seção: tarifa de transporte público e gasolina.
Os dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos à inflação de janeiro de 2017 em Brasília, revelam também que o grupo de alimentação e bebidas teve relevância de 0,77%, contra 0,35% da média do Brasil. O subgrupo alimentação fora do domicílio é o responsável por isso. Segundo Piscitelli, o setor sempre apresenta números altos. Desta vez, ele variou em 1,25%.
O IPCA mede a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo referente ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia de 1 a 40 salários mínimos.
Estagiária sob a supervisão de Cristine Gentil