Jornal Correio Braziliense

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Policiais do Bope simulam resgate de refém em hotel do Plano Piloto

A operação simulou um crime passional, com um homem fazendo uma mulher de refém em um quarto de hotel

Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) simularam, nesta segunda-feira (13/2), o resgate de uma refém durante um treinamento no Hotel Meliá Brasil 21, no centro de Brasília. De acordo com a Polícia Militar, a simulação faz parte do treinamento da tropa da PM. No treino, os policiais tiveram que enfrentar uma ocorrência de crime passional, onde um homem fez uma mulher refém e prometeu se matar em seguida.

Na ação, todo o time tático se posicionou como em uma ocorrência real. Os militares de área são os que acionam o Bope, que começa o trabalho de negociação e tomada de decisão. Para contornar a situação, o grupo trabalhou com todas as alternativas táticas, com o apoio de quatro negociadores, oito policiais do time tático e dois snipers - os atiradores de elite da corporação.

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O comandante da operação, capitão Edson Gondin, destaca que 99% dos casos desse tipo são resolvidos por meio de negociação. "São policiais muito bem preparados. Nosso curso de negociador tem mais de 300 horas-aula justamente para preparar esse policial para situações assim, o que, na maioria das vezes, dispensa a utilização dos atiradores de elite", diz.
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O hotel não foi isolado para a simulação da PM. Apesar disso, funcionários e hóspedes foram orientados sobre como agir durante a operação e em situações de risco semelhantes. Para apoiar a operação de simulação, foi montado ainda um ônibus de gerenciamento de crises do lado de fora do hotel, equipado com câmeras, microfones e computadores capazes de fazer a monitoração total do ambiente utilizado pelo Bope no treinamento.

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Habilidades

De acordo com Gondin, treinamentos como o desta segunda-feira, preparam os policiais para casos reais de crimes que envolvem vítimas de sequestro. Ele lembra que, no Distrito Federal, existe apenas um caso de sequestro com refém que acabou com o criminoso morto por atiradores do Bope. Em agosto de 2008, um fugitivo do Complexo Penitenciário da Papuda rendeu clientes de uma drogaria em Ceilândia. À época, a megaoperação envolveu 150 pessoas, entre policiais militares, bombeiros e agentes do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Os sete reféns saíram ilesos.

Para desenvolver a atividade de negociador do Bope, os militares precisam ser voluntários para os cursos, sempre realizados em anos ímpares, além de grande habilidade de comunicação e capacidade de raciocínio lógico apurado. Os policiais são submetidos também a árduas provas físicas, como correr 2,4km em 12 minutos, nadar fardado por 200m e flutuar na água durante 20 minutos.