O carpete gasto e puído e as cadeiras quebradas são o cartão de visita do Teatro Dulcina de Moraes, no Setor de Diversões Sul, e da Fundação Brasileira de Teatro (FBT). O prédio, tombado pelo patrimônio histórico da capital, vive dias de agonia. Uma reviravolta na administração desencadeou um cenário que levou, ontem, cerca de 150 pessoas a protestarem no local. No palco, estão uma gestão fraudulenta, que sofreu intervenção do Ministério Público do DF (MPDFT), administradores provisórios afastados, eleição do conselho gestor, especulação imobiliária e muitas reivindicações.
A instituição estava sob administração judicial provisória de Marco Antônio Schmitt Hannes e Luiz Francisco de Sousa desde 2013 ; um abaixo-assinado de estudantes retirou os diretores anteriores sob acusação de lesar a instituição. Marco e Luiz, porém, acabaram afastados pela Justiça por não entregarem relatórios de gestão nem o plano de administração. A escolha da nova administradora, a advogada Vanessa Daniella Pimenta Ribeiro, investigada pela Polícia Federal na Operação Acrônimo, que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais, revoltou alunos e artistas. Ela receberá salário de R$ 10 mil.
O patrimônio imobiliário, em área nobre da capital, orçado em R$ 32 milhões, corre o risco de ser vendido, segundo acreditam estudantes. O desequilíbrio das contas da Fundação também preocupa ; há um acúmulo de R$ 13 milhões em dívidas. O Movimento Dulcina Vive acusa a advogada de não ter ligação com a comunidade e de nunca ter participado das atividades da instituição. ;O temor é que o nosso projeto seja descontinuado para priorizar outros interesses;, diz a coordenadora do grupo, Jenny Choe.
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