Os trabalhos de elaboração e conclusão do inquérito policial devem durar até 30 dias, segundo o delegado responsável pelas investigações, Laércio Rosseto. ;Queremos elucidar o caso por completo. Nesta fase, ouvimos com cuidado os familiares da vítima, pessoas que estavam no bar no momento e funcionários. Isso tudo para auxiliar as investigações;, explicou. Os laudos técnicos também contribuirão. Na tarde de ontem, o resultado do laudo de necropsia foi liberado. ;Desde então, estudamos os pareceres e também aguardamos outras análises técnicas, como a análise da arma do crime e a perícia do local;, detalhou Laércio.
Ex-mulher de Eduardo, Debora Rodrigues Martins, 47, conversou ontem com o Correio por telefone durante cinco minutos. Abalada, ela contou que estava separada do empresário havia apenas 45 dias ; o casal viveu junto por 12 anos. A servidora pública afirmou que, na noite de domingo, data do crime, era a segunda vez que encontrava Argos. Ela contou que, na primeira ocasião, viu o servidor do Senado Federal em um bar de Rio Branco, no Acre, onde passou férias com a filha. ;Era uma pessoa que eu nem conhecia direito. Em Rio Branco, esse homem estava de paquera com a minha amiga no barzinho. Aqui em Brasília, ele me ligou, e eu disse que estava lá (no Chiquinho;s Bar). Depois, ele apareceu. Inclusive ficou conversando com as minhas amigas;, ressaltou.
Para Débora, a morte do ex-companheiro aconteceu por causa de uma discussão fútil. ;O que aconteceu foi um desentendimento bobo. O Eduardo estava há muito tempo sem me ver. Ele nem sabia o dia que eu ia chegar de viagem. Alguém disse a ele que eu estava no Chiquinho;s (bar), e ele foi lá. Era um local que ele ia direto. Devia passar mil coisas na cabeça dele;, disse. Na ocasião, Argos estava no banheiro do comércio quando Eduardo chegou ao local. Quando voltou, a vítima questionou quem era o homem, que respondeu: ;Minha irmã;. O empresário não gostou e deu um empurrão no servidor. A discussão continuou do lado de fora, até que Argos sacou uma arma e atirou em Eduardo. Em seguida, fugiu.
Brutalidade
A namorada de Eduardo, Jessyane Alcântara, porém, contesta a versão apresentada por Debora a respeito da ida da vítima ao bar. Segundo ela, no domingo, os dois passaram o dia com a família em uma chácara de Sobradinho. Retornaram por volta das 21h direto para a casa dela, na Granja do Torto. Eduardo, então, saiu para comprar cigarros e aproveitou para ir à residência da mãe, na 715 Norte. ;Não fui com ele porque estava com dores. Ele falou que, depois disso, voltaria. Passaria a noite aqui, para aproveitar que o meu pai estava em casa. Ele gostava muito dele. Estávamos com planos de casar neste ano e comentamos isso durante o dia;, lembra Jessyane, que afirmou que se relacionava com Eduardo havia quase três anos.
Ela acrescentou que o empresário frequentava o Chiquinho;s Bar e teria aproveitado para comprar cigarros lá, onde certamente encontraria conhecidos. ;Foi quando ele encontrou com a ex e se deu a confusão. O Eduardo não sabia que ela (Debora) tinha voltado de viagem. Ele queria resolver a situação da escola da filha;, contou. ;O Dudu não era agressivo. Não tinha inimigos. Nada justifica essa brutalidade;, afirmou a namorada.
A reportagem entrou em contato com Argos Madeira, que informou, por telefone: ;Estou no hospital, não estou bem. Não quero falar, mas, no futuro, tenho interesse;.