As falhas na prestação de serviços da saúde no Entorno deixam um alerta: a febre amarela pode se alastrar na região caso medidas adequadas não sejam implentadas. Seis de nove municípios vizinhos ao Distrito Federal estão com a imunização contra a doença abaixo da média de Goiás e da recomendada pelo Ministério da Saúde, que é de 95%. Novo Gama, Águas Lindas e Santo Antônio têm os piores quadros (leia Imunização). Em quatro, houve queda na variação da cobertura vacinal da população entre 2015 e 2016. O panorama é acentuado com a crise no abastecimento de doses de vacina. Há centros de saúde que passaram dois meses sem receber o insumo. A Secretaria de Saúde de Goiás repartiu as 80 mil doses recebidas do Ministério da Saúde entre as áreas mais críticas e adianta que vai pedir reforço. No DF, moradores também reclamam da falta de doses. Ontem, 13 centros de saúde estavam desabastecidos. O Ministério da Saúde anunciou investimentos de R$ 40,1 milhões para combater a doença no país.
O Correio percorreu 160km entre Novo Gama e Luziânia para mapear a situação. De nove unidades de saúde, apenas duas tinham doses, sendo que, no segundo município, nenhuma sala de vacinação tinha o produto. Algumas pessoas estão peregrinando há 20 dias. É o caso da dona de casa Deusanete Teixeira Barbosa, 51 anos. Ela não tem o cartão de vacinação e acredita que tomou uma única dose, quando era criança, mas não pode assegurar. ;Eu moro em uma zona rural e já passei por quatro postos para me vacinar e não consegui;, reclama. Na quarta-feira, mais uma vez, voltou para casa sem a imunização. As atendentes do Posto de Saúde da Família 8, do Setor Leste, em Luziânia, disseram que a previsão de chegada do insumo é para o próximo dia 5. As doses acabaram há 10 dias.
Apesar de boa parte do Brasil estar em alerta contra a doença, o Entorno recebeu menos doses em relação a dezembro do ano passado. A queda, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, é de 25%. Para imunizar a região, a pasta enviou 6 mil doses em janeiro. O repasse de dezembro contou com 8 mil unidades. O surto pelo país fez com que aumentasse a demanda pelo insumo e, com isso, a situação piorou ainda mais. Somente em Luziânia, cresceu 30% a procura pela vacina nos últimos 15 dias.
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