A defesa do policial civil Sílvio Moreira Rosa, preso em flagrante por atirar em uma criança de seis anos, entrou com um pedido de relaxamento de prisão para o Tribunal de Justiça de Goiás. Os argumentos são de que o acusado é réu primário, tem bons antecedentes e não apresenta alto grau de periculosidade para permanecer preso. A defesa pedia que Sílvio aguardasse o julgamento em liberdade provisória.
No processo, o advogado alega, ainda, que Sílvio cometeu um erro e é perseguido pela mídia. ;O requerente é réu primário, bons antecedentes, servidor publico de carreira, cometeu um erro, está sendo crucificado pela mídia, a impressa tenta denegrir sua imagem, sempre mostrando o acusado em perfis de imagem onde parece um monstro ou está sempre cabisbaixo; (sic).
O pedido foi entregue à Justiça em 13 de janeiro e já foi indeferido. De acordo com a advogada da família, Karolyne Guimarães, o juiz não acatou o pedido de defesa por temer pela vida das vítimas. ;Como ele é desmedido, pode fazer isso com a família de novo ou com qualquer pessoa. Ele tem acesso à arma, pois, solto, voltará para a função de policial;, alegou.
[SAIBAMAIS]A mãe do menino, Paula Caxias, comentou o pedido do acusado. ;Imagina, meu filho, que era uma criança super saudável, nunca precisou ser internado, e alegam que ele é uma pessoa de bem? Merece aguardar em liberdade? Não é possível que um juiz aceite isso;, disse.
Na segunda-feira (30/1), Luís Guilherme, 6 anos, precisou ser internado novamente. Após receber alta, no domingo (29), a criança sentiu dores e cansaço. Seguindo recomendação médica, o menino retornou para o Hospital Santa Helena, na Asa Norte, onde já havia permanecido 25 dias internado anteriormente.
O menino foi baleado em 6 de janeiro, na altura do Km 35 da BR-070. O carro da família teria ultrapassado a fila de automóveis parados, formados por uma obra na rodovia. A manobra desagradou Sílvio Moreira que disparou três vezes contra o veículo, atingindo as costas da criança, que estava na parte de trás do veículo, em uma cadeirinha infantil.
O agente fugiu em direção a Águas Lindas (GO), mas acabou preso logo em seguida. Ele alegou que atirou porque acreditava se tratar de um assalto. Por segurança, Sílvio está preso na Divisão Estadual de Investigações de Homicídios, em Goiânia, e responderá por tripla tentativa de homicídio.