Jornal Correio Braziliense

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Além de Luiz Estevão, Pizzolato e Funaro estão na solitária da Papuda

Os dois condenados no escândalo do mensalão e pela Operação Lava Jato e o ex-servidor do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) Adriano Oliveira também foram punidos por irregularidades


As regalias dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Papuda se estenderam a outros presos conhecidos que também acabaram isolados: o condenado no escândalo do mensalão Henrique Pizzolato e Lúcio Funaro, envolvido na Operação Lava Jato, além do ex-servidor do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) Adriano Oliveira. Um dia depois da vistoria na cela do empresário e senador cassado Luiz Estevão, feita na quinta-feira (26/1) da semana passada, servidores da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) também inspecionaram o alojamento dessess outros apenados e encontraram dinheiro nas celas. Nesta terça (31), eles foram para o isolamento preventivo depois da repercussão do caso de Luiz Estevão.
A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) abriu uma sindicância administrativa para investigar o caso. Um inquérito sigiloso também foi aberto na Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) e no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A suspeita é que agentes de atividades penitenciárias tenham facilitado a entrada de produtos proibidos destinados ao empresário Luiz Estevão e aos outros presos.
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[SAIBAMAIS]Preso no Bloco 5 do CDP desde março de 2016, Estevão recebeu iguarias proibidas aos detentos do sistema penitenciário. A fraude foi descoberta em 26 de janeiro, após vistoria na cela dele e na cantina do bloco onde ela fica. Entre eles, chocolate, cafeteira elétrica, cápsulas de café e massa importada.
A entrada dos itens culminou na queda da cúpula da unidade prisional. A Sesipe pediu a exoneração de todos os integrantes da direção do CDP. O ato está sendo finalizado para ser encaminhado ao Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) e publicado na edição desta quarta-feira (1;/2).

Atualmente, o diretor da unidade é um agente de atividades penitenciárias, Diogo Ernesto de Jesus. Nos bastidores circula que quem vai assumir a direção do CDP é o atual gestor da Penitenciária I do DF, delegado Johnson Kennedy Monteiro. Ele assumiu a direção da PDF I após a fuga de 10 presos perigosos em fevereiro de 2016.

Em nota, o Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias (Sindpen-DF) informou que os fatos divulgados, de que haveria uma organização criminosa no âmbito da administração do CDP, imputando a agentes de atividades penitenciárias crimes de prevaricação, organização criminosa, entre outros, são caluniosos e inverídicos. O presidente da entidade, Leandro Allan Vieira, explicou que, em agosto de 2016, a direção do CDP teve conhecimento dos privilégios a Luiz Estevão e comunicou a Sesipe e a Gerência de Inteligência.

Em relação ao fato de que teria ido, em um sábado, à cela de Luiz Estevão com o diretor-adjunto do CDP, Vitor Espindola, Leandro informou, na nota, que a informação é inverídica, ;uma vez que suas condutas, no desenvolvimento de suas atividades, quer sejam sindicais ou administrativas, sempre se pautaram pela legalidade e em obediência estrita e restrita às normas administrativas prisionais.;