A CSA funciona com parceria entre os produtores orgânicos e os membros da comunidade, denominados coagricultores. Assim, a produção passa a fornecer os produtos plantados e colhidos aos participantes, que ajudam com a contribuição financeira do espaço. Toda semana, após a colheita, eles recebem mais de 10 itens de verduras, frutas e legumes em casa. Como eles prezam pela safra natural, os alimentos passam pelo processo voluntário de crescimento, ou seja, sem a ajuda de produtos que alterem a propriedade daquilo que será ingerido. Assim, eles esperam o tempo certo de cada fruto para consumo. Para a funcionária pública e participante da comunidade, Teresa Zanolla, 53 anos, a ideia é aproveitar o que a terra vai ofertar de volta. ;Agora somos adaptados ao que ele (o agricultor) oferecerá. Não é uma cultura forçada. Cada produto tem sua época;, diz.
Saúde
O grupo conta que, no Brasil, há cerca de 60 CSAs. Desse total, 21 estão em Brasília. De acordo com a conselheira de direitos humanos, Moema do Prado, 57 anos, a ideia do projeto é que eles possam ter alimentação saudável, procedente de melhores condições ambientais e com a vantagem de conhecer e confiar em quem produz o que é consumido em casa. ;Você sai da cultura do preço e entra na cultura do apreço. O apreço pela comida saudável, o apreço pela terra, pela valorização do agricultor. Ainda mais que estamos falando em orgânico. Esse apreço é que faz a diferença;, afirma.
A farmacêutica Patrícia Teixeira, 43 anos, acredita que o projeto vai na contramão do que acontece hoje nos mercados, já que muitas pessoas optam pelos produtos enlatados. Além disso, para ela, é uma oportunidade de participar do processo do alimento até chegar à mesa de casa. Além disso, na cozinha, o menu mudou bastante. Por ter duas filhas, uma de 8 meses e outra de 13 anos, agora ela consegue dizer exatamente o que está sendo ingerido. Antes, o problema era não conseguir achar os produtos orgânicos em feiras e, agora, a facilidade é aproveitar a mudança de sabor da fruta, dos legumes, e atestar a condição mais saudável com que eles são preparados. ;Se eu tenho a oportunidade de oferecer para mim e para minha família um produto mais saudável, por que não? É questão do livre arbítrio de cada um;, afirma.