O Ministério da Saúde incluiu Goiás na lista de unidades da Federação afetadas pela febre amarela. A morte de uma moradora de Luziânia, cidade distante 60km de Brasília, é investigada e pode ter ligação com a doença ; ela procurou atendimento na rede pública do Distrito Federal. Para frear o avanço do mal, o estado vizinho recebeu reforço de 25 mil doses da vacina. Apesar do surto no Brasil, o Entorno recebeu menos doses em relação a dezembro do ano passado. A queda, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, é de 25%.
[SAIBAMAIS]A Secretaria de Saúde do DF registrou o caso suspeito ontem, com local provável de contaminação em Goiás. Em nota, o governo goiano, porém, não detalhou a situação: ;Não temos maiores detalhes porque os técnicos que estavam apurando em Brasília estão retornando para Goiânia;. No fim da noite, o Laboratório Central do DF (Lacen) descartou a infecção, mas a Superintendência de Vigilância em Saúde de Goiás, responsável pelo caso, e o Ministério da Saúde não confirmaram a informação.
Para imunizar a população do Entorno, a Secretaria de Saúde de Goiás enviou 6 mil doses da vacina em janeiro. O repasse de dezembro contou com 8 mil unidades. Apesar da queda, a pasta nega desabastecimento. ;Intensificamos a vacinação em 10 municípios, visando melhorar a cobertura;, destacou a Secretaria de Saúde de Goiás, em nota. Hoje, 91% da população goiana está imunizada. Os municípios de Baliza e Itarumã, no interior do estado, estão alertas para a doença. Em 2016, Goiás recebeu 787 mil doses.
O mais recente caso de febre amarela nos municípios vizinhos ao DF ocorreu em Alexânia, em 2015. Entretanto, a circulação do vírus na região está confirmado. Em Luziânia, dois macacos morreram, entre 2015 e o ano passado por causa de febre amarela. Há dois anos, foram registrados seis casos em Goiás. No ano passado, três. Na segunda-feira, Goiás notificou um caso suspeito em Piranhas, no sul do estado, que, depois, acabou descartado. A pessoa é de Minas Gerais.
Panorama
Desde o início do surto de febre amarela, a capital federal notificou três casos suspeitos. Não houve nenhuma confirmação, segundo o Ministério da Saúde. Na semana passada, a pasta confirmou a morte de um pedreiro de 40 anos vítima da doença. Ele teria chegado ao DF três dias antes, de Januária, em Minas Gerais, para visitar um irmão, que mora em São Sebastião. A capital federal tem em estoque 50 mil doses.
Até ontem, o Ministério da Saúde registrou 550 casos suspeitos de febre amarela no país. Do total, 455 casos permanecem em investigação, 72 foram confirmados ; a média é de quease três casos por dia em 2017 ; e 23 descartados. Dos 105 óbitos notificados, 40 estão confirmados e 65 são investigados. Os casos ocorreram em Minas Gerais, no Espírito Santo, na Bahia, em São Paulo, em Goiás, em Mato Grosso do Sul e no DF, que descartou todos os casos notificados. Minas tem o pior cenário.
Doença grave
As primeiras manifestações são de febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. No caso mais grave, compromete fígado e rins, provoca icterícia (olhos e peles amarelados), sangramento e queda de pressão arterial. Não há medicamentos específicos. Analgésicos são usados para controlar a dor e soro, para manter a hidratação. As fêmeas dos mosquitos Haemagogus e Sabethes são as transmissoras na área rural. Na cidade, o Aedes aegypti (o mesmo da dengue, da zika e da chicungunha) é o vetor.