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A vítima ficou presa em um cômodo de chão vermelho por mais de um mês sem frequentar a escola, sem se alimentar direito e sem poder ir ao banheiro. No local não havia móveis. No local, a menina contou à polícia e às conselheiras tutelares que não ia ao banheiro porque não conseguia levantar. ;Eu não peço ajuda porque sei que ninguém vai me ajudar;. A criança disse ainda que sofria insultos da mãe e da pastora. ;Ela fica falando que eu sou o demônio;, contou.
[SAIBAMAIS]Por conta dos maus-tratos e da posição em que foi mantida, a vítima não esticava as pernas e, por isso, não andava sozinha. O Correio teve acesso a uma imagem recente da pequena. Na foto, ela aparece sorrindo, bem vestida, com u ma boneca e aprendendo a andar de bicicleta. Ela está em um abrigo.
Conselheiros tutelares de Ceilândia chegaram até a menina após uma denúncia anônima. Ao ver a situação da garota, acionaram a PM e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A pastora da igreja, conhecida como Jaci, e a mãe da menina alegaram que era preciso contê-la, pois ela seria vítima de uma obsessão demoníaca. As duas foram indiciadas pelo crime de tortura.
A 15; Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) ficou a cargo das investigações. A mãe da criança, à época com 44 anos, e a pastora, com 45, foram presas e liberadas dois dias depois, por decisão de um juiz do tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Segundo as investigações, a líder religiosa convenceu a mãe de que a menina estaria com o diabo no corpo.