Cidades

Iphan lança livro que resgata história dos primeiros acampamentos da cidade

Para celebrar os 80 anos do instituto e os 30 anos de tombamento de Brasília pela Unesco, obra Acampamentos Pioneiros do Distrito Federal resgata a memória dos pequenos povoados que acolhiam quem veio para construir Brasília

Priscilla Miranda*
postado em 13/01/2017 06:05

Para celebrar os 80 anos do instituto e os 30 anos de tombamento de Brasília pela Unesco, obra Acampamentos Pioneiros do Distrito Federal resgata a memória dos pequenos povoados que acolhiam quem veio para construir Brasília

Ao som de samba, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu início às comemorações do octogésimo aniversário e dos 30 anos do reconhecimento do conjunto urbanístico de Brasília como patrimônio cultural pela Unesco. Com o título Acampamentos Pioneiros do Distrito Federal, um livro, lançado ontem pelo órgão, resgata a memória dos pequenos povoados que acolhiam quem veio para construir a capital federal. A obra será disponibilizada na internet.
Um dos locais que têm a história resgatada é a Vila Planalto. Resultado da instalação de seis acampamentos, ela foi o primeiro conjunto urbano do século 20 a ser tombado pelo Distrito Federal em 1988. Por esse motivo, o bairro, localizado a 3,2km do Palácio do Planalto, também foi homenageado com a apresentação de um curta-metragem dirigido por José Walter Nunes, professor da Universidade de Brasília e pós-doutor em cinema e história e pela Universidad de Buenos Aires.

A ideia do professor era contar a história da capital a partir do ponto de vista dos candangos. ;É importante preservar as histórias dos diferentes grupos sociais, inclusive dos operários, que foram sujeitos da história de Brasília, para democratizar a história e fazer com que ela não fique restrita às elites;, explica. Aos 80 anos, Rodolfo Nogueira mora na Vila Planalto há 50, e não se esquece de como o local era no início de Brasília. ;Quando eu cheguei, era só acampamento, não tinha nada. Era todo mundo muito calado porque não tinha tempo para conversar. Mas fiz muitos amigos, que mantenho até hoje;, conta.

Rodolfo é um dos 7 mil habitantes da vila que foi tombada pelo Iphan em 1988. O professor e servidor aposentado da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil chegou à região aos 30 anos para trabalhar e conta que mora em uma das poucas casas de madeira que restaram no local. ;A Vila não é mais a mesma, agora tem muitas casas de alvenaria. Moro no Acampamento Tamboril. que é o que tem o maior número de casas preservadas;, relata. Ele foi um dos pioneiros convidados da celebração. As comemorações seguem pelo Brasil até 30 de novembro.
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