<img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2017/01/07/563919/20170107015643666737o.jpg" alt="O diretor, Álvaro Tukano, com os jovens estagiários: "Hoje, a nossa Constituição reconhece que nós somos povos. Somos cidadãos como os demais%u201D" /><br /><br />A pronúncia é Mimiri. Em tupi, significa beija-flor. Para o homem branco, porém, o nome é Dariana Machado de Souza. Aos 18 anos, a jovem indígena faz parte da primeira turma de índios aprendizes do Memorial dos Povos Indígenas. Desde o começo da semana, os oito adolescentes trabalham como guias turísticos dentro do museu e contam aos visitantes ; com a sabedoria de quem vive na pele ; a história do próprio povo. ;O que eu gosto mais de explicar é sobre a minha cultura e a cultura de outras etnias;, explica Dariana, que saiu do Maranhão e chegou à capital há apenas dois anos. É a primeira vez que a jovem faz um estágio e, com desenvoltura, lidera, sem timidez, cada grupo de turistas que chega para conhecer o lugar.<p class="texto"><br /><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2017/01/07/563919/20170107015821112152o.jpg" alt="Lucinha admite que teve dificuldades para se socializar na escola: preconceito" /></p><p class="texto"> </p><p class="texto">Mas a luta para se estabelecer no mundo como um ;diferente; não é fácil. Estudante do ensino médio de um colégio público na Asa Norte, Dariana conta que ainda tem alguns problemas para se adaptar, principalmente por causa da discriminação entre os colegas de turma. ;Há pessoas que nos chamam de burros. Mas a gente não é burro. A gente estuda para aprender. Eu aprendi a ler quando tinha 9 anos porque não sabia falar português. Até agora, eu não sei falar direito, e eles dizem que a gente fala errado;, conta.</p><p class="texto"><br /><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2017/01/07/563919/20170107015902846544e.jpg" alt="Dariana atende, com desenvoltura, uma turista no Memorial: %u201CEu aprendi a ler quando tinha 9 anos porque não sabia falar português%u201D" /></p><p class="texto"> </p><p class="texto">[SAIBAMAIS]Lucinha Leão Alves, de apenas 14 anos, também comenta a dificuldade que teve de se socializar no mesmo colégio que a amiga. ;No passado, sofri até bullying e, na sala, ficava isolada. Mas aí eu nem ligava;, conta. Por esse motivo, falar sobre a própria cultura se tornou tão importante. Para a jovem, a experiência de trabalhar no Memorial tem sido muito boa, não apenas pela novidade de ter um estágio, mas também como uma compensação às necessidades diárias por que passa, pois ela recebe salário dentro do Programa Menor Aprendiz. A aldeia Tekohaw fica no Noroeste e precisa de todo o tipo de apoio possível. ;Muitas vezes, não tem água nem energia.; O trabalho no Memorial tem ajudado também nos estudos dos jovens. ;Lá, a gente não tem internet, e aqui a gente pode estudar e pesquisar o que quiser;, justifica.<br /><br />O diretor do Memorial e líder indígena, Álvaro Tukano, acredita que trazer os adolescentes para o lugar melhora o diálogo entre as culturas. ;Muitos pensam que as questões indígenas têm de ser tratadas por religiosos ou, então, pelo Estado. Isso foi no passado. Hoje, a nossa Constituição reconhece que nós somos povos. Somos cidadãos como os demais;, explica.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">[VIDEO1] </p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível <a href="http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/economia/2017/01/06/interna_economia,228417/poupanca-volta-a-bater-inflacao.shtml">aqui</a>, para assinantes. Para assinar, clique <a href="https://assine.correiobraziliense.net.br/">aqui</a> </p>