A contadora Larissa Karkour, de 25 anos, está noiva e pretende se casar em junho. Porém, seus planos estão ameaçados pela suspeita de calotes vindos das empresas que ela contratou para a cerimônia e para a festa. A primeira vez foi com o bufê La Provence, que no fim do ano passado fechou as portas e não ressarciu seus contratantes. Desta vez, Larissa suspeita ter sido vítima novamente de um golpe: o decorador da igreja em que irá se casar anunciou, nas redes sociais, o fechamento da empresa Flores em festas, nesta segunda-feira (2/1), e não retorna o contato dos clientes.
A situação assusta Larissa, que já pagou três das quatro parcelas contratadas, juntamente com uma outra noiva, que casaria no mesmo dia e na mesma igreja. Ao todo, as duas pagaram R$3.750, mas temem ficar sem decoração no casamento e não receber o dinheiro investido.
"Para mim, foi um caso atípico quando aconteceu a primeira vez [com o bufê La Provence]. Mas, hoje, eu já liguei para todos os fornecedores para confirmar se estava tudo certo para o dia do casamento e o decorador foi o único que não retornou", lamenta.
Na delegacia, outra surpresa
Hoje mesmo, quando recebeu a notícia do fechamento da loja, Larissa foi para a 3; Delegacia de Polícia, no Cruzeiro, registrar uma ocorrência, e foi surpreendida ao encontrar outra noiva que passava pelo mesmo problema e, curiosamente, com o mesmo fornecedor.
Tatiana Rocha, 27 anos, estava esperando para fazer a denúncia. A noiva tem o casamento marcado para o próximo sábado (7), e já pagou todo o serviço.
O último contato que Tatiana teve com José Geraldo Júnior de Paula, conhecido como Júnior, proprietário da Flores em Festas, foi no dia de ver a prévia do buquê, quando ele entregou uma amostra do arranjo, há cerca de três semanas.
Na última sexta-feira (30/12), a noiva tentou falar com Júnior pelo Whatsapp, mas ele não respondeu.
Segundo a Polícia Civil do DF, os dois casos foram registrados hoje e estão sendo investigados.
Golpe à vista
Segundo Larissa, além de Tatiana, uma outra noiva teria ido ao escritório da empresa, que fica em Taguatinga, e descobriu que todos os objetos pertencentes à Flores em Festa foram removidos do local. De acordo com ela, Júnior dividia o escritório com uma empresa de fotografia.
"Os funcionários dessa empresa não sabiam nem da mundança da empresa. Pegou todo mundo de surpresa mesmo", afirmou Larissa. "Ela foi ao apartamento que ele morava e descobriu também que ele havia se mudado hoje [segunda-feira]. Parece que ele quis mesmo aplicar um golpe", completou.
O Correio tentou entrar em contato com José Geraldo Júnior de Paula, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
*Estagiário sob supervisão de Ana Letícia Leão.