postado em 21/12/2016 06:00
* Nomes fictícios em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
Cada uma das 880 crianças e adolescentes atendidos pela Casa de Ismael tem uma história de sofrimento, dor e abandono para contar. No entanto, a chegada ao abrigo faz florescer relatos de esperança de quem busca deixar para trás as memórias difíceis e transformá-las em fortalecimento. A passagem pelo local é considerado por muitos dos atendidos um divisor de águas.
A sede da entidade fica em um prédio da 913 Norte. As crianças de até 5 anos são recebidas na Creche Casel, na parte de trás do abrigo. A diretora da instituição de ensino, Juciene Medeiros, 40 anos, que trabalha há 10 no local, descreve o sentimento de contribuir para a formação dos pequenos. ;O olhar de cada criança é combustível para que eu continue;, revela ela, que começou a atuar na casa como estagiária, também com brilho nos olhos.
Mauro* tem 16 anos e, há 10, mora na casa. Ele e o irmão ficavam em um abrigo em Planaltina de Goiás. Mauro chegou a ser adotado por uma família, mas foi abandonado. O irmão fugiu do local. Depois de todo o sofrimento, o Conselho Tutelar o enviou para a Casa de Ismael, que o acompanha. ;Se eu preciso de um trabalho, o pessoal faz o possível para achar um. Eu não gosto de ficar parado muito tempo;, relata.