Jornal Correio Braziliense

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Companhia Escambo usa espaços livres nas ruas para peças de teatro

Por meio da dramaturgia, grupo se instala em áreas livres do DF e usa o espaço como cenário para apresentações; conheça o Prata da Casa desta semana

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Com poucos acessórios para o cenário e figurinos marcantes, a companhia teatral Escambo traz para as ruas, desde 2011, arte e pensamentos. As apresentações começaram apenas com Letícia Souza, André Muller e Thiago de Moraes, que se conheceram através de outro grupo, e com o fim deste, criaram o seu próprio.

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Só neste ano, Tiago Teixeira, Jamila Brasil, Leonardo Vieira Teles, Letícia Medina. Ingressaram para o grupo. O nome Escambo surgiu quando eles pensaram em "troca entre o espectador e o artista", o que tornou-se bem comum nas apresentações por haver uma proximidade maior com o público. "É legal falar dessa troca, porque sempre recebemos uma reação do público. É dar e receber", explica a atriz Letícia Souza.

Os artistas trazem consigo vários momentos e histórias engraçadas, principalmente quando há interação com o público: alguns repetem "isso já aconteceu comigo", ou até mesmo animais entram no meio da apresentação. "Às vezes chove, mas é lindo, pois quem tem guarda-chuva, abre e fica assistindo", diz Letícia. A arte teatral, para eles, é uma ferramenta e um meio de mostrar suas visões de mundo, e apesar das dificuldades, eles não abrem mão das apresentaações.

A ideia em ser de rua é a de alcançar quem não tem a oportunidade de frequentar teatros. Tiago Teixeira critica a falta de incentivo para a população. "A essência é essa, alcançar um público que simplesmente está na rua, e que não tem esse hábito de ir até o teatro."

Os assuntos usados para cada peça são atuais e necessários, segundo o Escambo, e se encaixam na vida de todos. "Trabalhamos sempre com comédia, mas tentamos focar em alguma reflexão ou questão social. No nosso novo espetáculo, problematizamos os padrões sociais. O que é aceito e o que não é. Por isso, achamos importante levar para o maior número de pessoas", relata Letícia.

Figurino


As roupas do novo espetáculo vieram de um amigo brasiliense que trabalha como figurinista na França. "Falamos com ele pela internet e mandamos o texto. Ele criou o figurino lá e costuramos aqui. As perucas também vieram de uma amiga, Raquel Lima", diz Letícia. A ideia do cenário é escolher peças simples, que facilitem o transporte e a montagem, e que consigam expressar o que querem e fazer parte de cada personagem.