A concentração de renda ainda é um dos maiores obstáculos no Distrito Federal. Apesar da melhora em índices como ingresso no ensino superior e acesso à internet, as diferenças de renda per capita ainda são discrepantes, sobretudo entre o Lago Sul, região com os maiores salários, e a Estrutural, área com as menores remunerações. No entanto, nos últimos dois anos, a disparidade entre as duas regiões diminuiu em relação ao último levantamento, de acordo com a Pesquisa Distrital Por Amostra de Domicílio (Pdad) divulgada ontem pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
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Em 2013, a renda per capita do Lago Sul era 18 vezes maior do que a da Estrutural. Em 2015, a diferença caiu para 16 vezes. A média da renda domiciliar mensal no DF é de R$ 5.192,38, e a per capita, de R$ 1.652,97. Contudo, a média de renda por pessoa de uma família do Lago Sul chega a R$ 8.117,53, enquanto na Estrutural o número cai para R$ 521,8.
O número de analfabetos diminuiu em relação a 2004, mas sofreu um pequeno aumento nos últimos dois anos. De 1,90%, em 2013, para 2,08%, em 2015. A maioria da população analfabeta é registrada no Paranoá, com 4,03% ; valor quase duas vezes maior do que a média do DF ;, seguido por Brazlândia e Ceilândia. O Lago Sul apresenta apenas 0,19% de analfabetos.
Outro dado que teve redução foi o número de pessoas com ensino fundamental. Saiu de 4,25%, em 2013, para 4,01%, em 2015. Em contrapartida, a média de pessoas com acesso ao nível superior é 18,74%. Apesar do crescimento, a desigualdade também prevalece no seguimento. Na Estrutural, apenas 1,53% dos moradores têm diploma. No Lago Sul, 68,56 %.
Ainda de acordo com a Pdad, o setor que mais emprega no DF é o comércio, com 27,60%, seguido pelos serviços gerais, que representam 17,55% das vagas. O Plano Piloto ainda concentra a maior parte dos postos de trabalho. Cerca de 41,5% de moradores de diversos lugares trabalham no centro da capital. E para chegar ao destino, cerca de 43% utilizam o transporte público, e 52%, o carro.
A população do Distrito Federal aumentou em 119.890. Cerca de 84,14% das moradias são equipadas com rede de água pluvial, e 85,48% contam com esgotamento sanitário. Contudo, a diferença entre as regiões mais ricas e mais pobres também é acentuada. Enquanto no Plano Piloto 99,42% das residências são atendidas por sistema de coleta de esgoto, na Fercal apenas 3,20% têm o benefício. A quantidade de pessoas com acesso à internet aumentou, de acordo com o estudo. De 54,62%, em 2011, a internet chegou a 70,57% dos domicílios em 2015. Mas a população de usuários ainda é jovem, a maior parte deles, cerca de 87,83%, tem entre 15 e 29 anos.
O presidente da Codeplan, Lucio Rennó, disse que, apesar da melhora em alguns setores, o DF ainda tem grandes entraves. ;A pesquisa deixa claro que o grande desafio para sociedade do Distrito Federal é enfrentar a desigualdade, que é também muito grande nesta região do país;, afirma.