O autônomo Lincoln Medeiros, 26 anos, conferiu as áreas afetadas antes de sair de casa, mas resolveu ver com os próprios olhos o deck onde costuma pescar, perto da Ponte das Garças. Na manhã de ontem, ao chegar ao local e começar a pescar, reparou que peixes mortos boiavam na água e resolveu mudar a pescaria para o Lago Norte, onde não há sinais de contaminação. ;Peguei um peixe aqui, mas vou usar como isca. Para consumo, só o que eu conseguir no Lago Norte;, disse.
Desconfiado do posicionamento do governo, que afirmou que o problema é pontual e não deve se expandir, Lincoln se preocupa com a chance de a situação piorar. ;Eu pesco toda semana, mas, agora, não vou sair de casa sem pesquisar os lugares antes.; Segundo a Adasa, para solucionar o problema, é necessário que a entrada de matéria orgânica seja suspensa no Lago Paraoná. ;Esse grande volume de cianobactérias se diluirá ao longo do tempo. Precisamos é cessar a fonte de nutrientes;, explica Camila Campos, coordenadora de Informações Hidrológicas do órgão.
Já o açougueiro Luzivan Fernandes, 33, que esteve na mesma região da Ponte das Garças, não demonstrou muito receio. ;Eu pesco por lazer, só para aliviar o estresse do dia a dia;, explica. Antes de saber sobre a contaminação, Luzivan consumia os peixes, mas afirmou que, apesar de continuar a pesca, não vai correr mais esse risco. ;Vou evitar. Vi alguns peixes boiando aqui e só volto a consumir depois que saírem os laudos;, acrescentou.