Para entender e combater as causas que levam diferentes parcelas da população a ficarem vulneráveis, acaba de ser criado o portal Observatório de Populações Vulneráveis, ligado à Universidade de Brasília (UnB). A plataforma tem a missão de formar uma rede de pesquisadores e de produzir estudos sobre o tema. Também vai reunir e disponibilizar pesquisas que lançam luz sobre as diversas facetas da vulnerabilidade, que não se resumem apenas às precariedades do local de moradia.
Entre as centenas de moradores do Setor Santa Luzia ,está o casal Maria de Nazaré Almeida, 52 anos, e Sebastião Gerônimo da Silva, 43. Ela é cuidadora de crianças. Ele, auxiliar de serviços gerais no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), como faz questão de dizer. O desgosto pela falta de estrutura básica, como água encanada, energia elétrica, rede de esgoto e asfalto, não arranca o riso de seus rostos. Mas eles se ressentem quando precisam arrumar um emprego, abrir conta no banco ou fazer compra a prazo no comércio. ;É como se a gente fosse indigente. Para eu conseguir esse emprego, tive que dar o endereço da minha mãe, senão não abria conta no banco. Aqui não temos conta de água ou de luz. Se eu não tivesse minha mãe aqui, teria perdido a vaga;, indigna-se Sebastião.