Jornal Correio Braziliense

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Canabidiol: Anny Fischer redescobriu o mundo após três anos de tratamento

Símbolo da luta pela importação do CBD para fins terapêuticos, a menina tem ultrapassado limites jamais imaginados pela família. A mãe da criança pede diálogo racional sobre o uso medicinal da maconha

Com convulsões esporádicas e menos intensas, o clima na casa dos Fischer é outro. As preocupações e os medos ainda existem, mas já não guiam a vida da família. Uma atmosfera de descontração e felicidade contagia quem entra pelo portão branco da residência no Setor Habitacional Taquari. Dias de sol ou chuva são sempre uma oportunidade de festa e bagunça, e Anny adora uma folia. Deitada na rede, na varanda de casa, ela vibra com os respingos da água. ;Dentro dos limites impostos pela síndrome, ela está muito bem;, avalia Katiele. ;Está mais presente no mundo e percebendo o mundo.;

Diante da melhora da pequena Anny, nem as fronteiras geográficas são impensáveis. Em outubro, a família viajou aos Estados Unidos para conhecer o casal que tornou as mudanças viáveis: Penny e Dustin Howard. Eles são os pais de Harper, uma menina de 5 anos que tinha a mesma síndrome de Anny. Foi por uma publicação de Dustin nas redes sociais que Katiele descobriu o CBD e seus benefícios. Infelizmente, a criança americana morreu em janeiro deste ano nos braços dos pais com uma infecção respiratória. ;O encontro foi emocionante. Não conseguia parar de chorar;, relembra Katiele. Os assuntos, as experiências, os questionamentos e as alegrias daquelas duas famílias, mesmo distantes fisicamente, eram similares. Para o jornal norte-americano Dallas News, que registrou o momento, era como se a casa dos Howards estivesse em festa como na véspera da noite de Natal.



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