Em menos de 20 dias, subiu para 200 o número de pacientes que denunciaram cirurgias com possíveis ligações com a Máfia das Próteses, investigada pela Operação Mister Hyde. O último levantamento dava conta de 150 queixas, em outubro. Partes do inquérito tramitam no Ministério Público do DF e Territórios e, nos próximos dias, devem chegar à mesa do promotor de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida), Maurício Miranda.
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A 10 dias da primeira audiência referente à acusação de organização criminosa na Justiça do DF, quatro médicos acusados de participarem da fraude voltaram a clinicar na capital federal ; uma consulta chega a custar R$ 400. O Correio apurou que o Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) avalia a possibilidade de suspender provisoriamente o direito de exercício da profissão dos profissionais identificados pela Mister Hyde. Se for aprovada a medida, eles ficam proibidos de atuar por seis meses.
[SAIBAMAIS]Maurício Miranda levantou que a maioria dos lesados pela Máfia das Próteses era encaminhada à cirurgia logo na primeira consulta. A conduta é inadequada. A literatura médica prega que o paciente seja submetido a ;tratamentos conservadores;, como uso de medicamentos e fisioterapia, antes do procedimento operatório. No prontuário, os médicos destacavam que essas opções não surtiam efeito. O promotor conversou com pacientes e reuniu detalhes dos atendimentos.
A intenção é que, para cada vítima, se tenha uma denúncia específica. ;Na relação médico/paciente, tem de haver confiança. Essa quebra é muito séria;, ressalta. Maurício enviará ao CRM-DF documentos para reforçar a apuração. ;Vamos mandar de forma específica os fatos individuais. Lá, vai-se decidir se vão instaurar processos separados ou se em conjunto;, explica.
Após serem presos temporariamente, os neurocirurgiões Wenner Costa Cantanhêde e Leandro Pretto Flores voltaram a receber pacientes na clínica onde são sócios: a Neurolago, no Lago Norte. A reportagem tentou marcar uma consulta com ambos e havia espaço na agenda. Rogério Gomes Damasceno, proprietário da Clínica Esplendor, na Asa Sul, também mantém a rotina. Ele atende às terças e quintas, e o valor do chega a R$ 250. Juliano Almeida e Silva atende casos antigos.
O CRM instaurou sindicância para apurar a denúncia do ponto de vista ético e profissional, mas ressalta a garantia ao ;amplo direito à defesa e ao contraditório;. ;Se confirmados (os indícios) podem dar origem a processo contra os médicos envolvidos, que ficam passíveis a penalidades previstas em lei;, informa. O processo corre em segredo de Justiça.
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