Cerca de 85% da população do Distrito Federal será diretamente afetada pelo racionamento de água assim que o nível do reservatório Descoberto atingir 20% ou menos ; ontem, o índice chegou a 20,68%. No total, 25 das 31 regiões administrativas serão atingidas pelos cortes no fornecimento por 24 horas. Se a crise hídrica se agravar ainda mais, o período de desabastecimento pode ser ampliado. Apesar de o governo ter sinalizado oficialmente para a necessidade da economia forçada de água, a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) não detalhou o plano e, por isso, ainda há algumas perguntas sem respostas. Entre elas, quais regiões administrativas serão afetadas primeiro e quanto tempo será necessário para o abastecimento voltar ao normal, uma vez que o sistema será ligado aos poucos para evitar o rompimento da rede.
Leia mais notícias em Cidades
O presidente da Caesb, Maurício Luduvice, informou apenas que, caso seja necessário colocar o plano em prática, todas as cidades abastecidas pelo Rio Descoberto e pela Barragem de Santa Maria/Torto ficarão por períodos de até 24 horas sem água. Três fatores serão levados em consideração: o ritmo de queda dos reservatórios, as previsões de chuva e o nível de consumo de água pela população.
[SAIBAMAIS]Na Resolução n; 20, publicada ontem no Diário Oficial do DF, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) autoriza a Caesb a colocar em prática o plano de emergência para garantir que não falte água à população. Entre as medidas estão: reduzir a pressão na rede de abastecimento; promover o rodízio no corte de água; incentivar a redução de consumo e criar campanhas de estímulo à economia.
O plano de racionamento será avaliado semanalmente. E, quando houver, o corte será aprovado pela Adasa e avisado à população com um dia de antecedência. A Caesb deverá ter uma proposta de rodízio com as cidades definidas, por endereço, programação dos dias e horários, assim como a quantidade de pessoas afetadas. ;Estariam isentas só as cidades abastecidas pelos pequenos mananciais, como Sobradinho I e II; Fercal; Planaltina; Brazlândia e São Sebastião. Neste momento, estamos estudando para fechar o plano de contingência;, pondera.
Segundo o presidente da Caesb, a maior crise hídrica da história do DF se deve a uma junção de fatores: a seca atípica, o aumento da população, o uso desordenado do solo e os atrasos nos investimentos. ;Retomamos a barragem de Corumbá IV no ano passado e já investimos R$ 61 milhões, desde março de 2015 até agora, além do próprio Bananal. Infelizmente, as obras de infraestrutura no Brasil demoram muito a acontecer.;
De acordo com o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, não ficarão sem água hospitais, hemocentros, centro de diálise e estabelecimentos de internação coletiva (presídios). Já as escolas terão de se preparar para manter o abastecimento nos dias de corte. ;Com o racionamento, queremos reduzir em 15% o uso da água. Isso representará um volume de 1,5 milhão de metros cúbicos de água, suficientes para abastecer 460 mil pessoas por cerca de um mês. Esperamos que isso seja suficiente e, se precisarmos de racionamento, que seja por um curto período de tempo;, declarou Salles.
[VIDEO1]
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui