Às margens do Lago Paranoá, próximo ao Setor de Mansões Isoladas Norte, há um local que parece ter sido tomado pelo esquecimento. Dominado pela vegetação e tomado por lixo e escombros, o que era pra ser a Escola Superior de Guerra se tornou um lugar assustador. Conhecida como ruínas da Universidade de Brasília (UnB), o esqueleto da construção inacabada provoca curiosidade e espanto em quem não imagina existir algo do tipo na capital do país.
Por conta dos muros, com cerca de cinco metros de altura, a construção pode ser vista de longe. Após uma caminhada por dentro da vegetação de cerrado, é possível acessar o local. Logo na entrada, dois cachorros guardam as ruínas. Tímidos, porém receptivos, os bichos permitem a entrada de quem passa. Apenas um rosnado alerta que não é necessário contato com os animais. Escadas subterrâneas, pichações e os mais variados materiais descartados marcam a paisagem.
O silêncio no local está presente desde a década de 1970. Naquela época, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) era a empresa que construía os prédios governamentais em Brasília e ficou responsável por ceder o terreno e os recursos para erguer a Escola Superior de Guerra. A intenção era aproximar a escola do meio universitário.
De acordo com informações do Ministério da Defesa, as obras foram iniciadas em 1973, mas tiveram de ser interrompidas dois anos depois devido à crise do petróleo, que abalou a economia. O governo, então, decidiu suspender o projeto. Assim, a obra foi interrompida e os recursos e o terreno devolvidos à Novacap. O plano original era transferir a unidade, que funciona no Rio de Janeiro desde 1949, para o DF. A escola tem o objetivo de desenvolver e consolidar conhecimentos ao exercício de funções de direção e assessoramento superior para o planejamento da Defesa Nacional.
Problemas
No Setor de Mansões Isoladas Norte, dividem o espaço casas de luxo e invasões. Quem mora no local se preocupa com a segurança. Além de focos de dengue gerados pelo lixo, as ruínas da UnB atraem usuários de drogas. O caseiro Rogério Silva de Alcantra, 36 anos, mora há dois em uma casa da região e diz evitar sair à noite. ;Não tenho carro e acho aqui muito perigoso para andar sozinho. Tem muita gente estranha que explora aquela construção abandonada. O governo deveria tomar logo uma providência;, relata.
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