Thiago foi internado na noite da última quinta-feira. Ele havia saído de uma festa no Parque da Cidade por volta das 21h, na companhia de um amigo, quando foi abordado por um grupo de policiais militares, que fazia a ronda pela região. Segundo os militares, uma pessoa havia informado que os dois jovens estariam dentro de um bueiro, roubando cabos de cobre. Ao encontrar a dupla, o amigo do jovem se mostrou colaborativo à revista e confirmou que eles teriam usado entorpecentes. Entretanto, Thiago teria fugido da revista, sendo alcançado na altura da 712 Sul. "Meu filho correu na abordagem, mas nenhuma droga foi encontrada com ele ou o amigo, que foi liberado. A entrada da ocorrência marca às 23h. Então, o que fizeram com meu filho nesse tempo?", questiona a mãe de Thiago.
A saúde do rapaz piorou na noite desta sexta-feira (14/10). O quadro se agravou para o estado gravíssimo, de acordo com a mãe do jovem, que faz plantão no HBDF. Thiago sofreu várias lesões em diversas partes do corpo e está em coma. "Tudo será esclarecido quando ele acordar. O amigo dele me contou que eles estavam a caminho da W3 para pegarem o ônibus de volta para casa. Haviam bebido e usaram entorpecentes, sim. Mas quero frisar que, independente disso, nada justica o que o meu filho sofreu", diz Elaine. Thiago foi levado para a 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), que investiga o caso.
[SAIBAMAIS] Segundo a PMDF, Thiago dificultou a abordagem e chegou a tentar pegar a arma de um dos policiais que atendia a ocorrência. Para contê-lo, os demais militares tiveram de usaram da força física e spray de gás lacrimogênico. De acordo com a corporação, imobilizado, Thiago teria começado a se debater no chão, causando ferimentos a si próprio, na cabeça e nos joelhos. A mãe detalha que vários dentes do filho estão quebrados. Por conta das lesões, Thiago teve crises convulsivas no interior da viatura, a caminho da 1; DP, e, por isso, o Serviço de Atendimento Móvel Urbano (Samu) foi acionado.
De prontidão no Hospital de Base, Elaine não se conforma. "O que não entendo é como foram necessários sete policiais para conter um menino de 22 anos, que é sedentário, não faz uma atividade física. Ele é trabalhador, não possui passagem e não precisa roubar fio de cobre, porque vivemos em uma condição financeira boa. Quando o pai foi buscá-lo na delegacia, ele estava tendo uma convulsão algemado no chão", relata a mãe. ;Eu vou lutar até o fim para saber o que aconteceu;, finaliza.