Cidades

Rodoviária vira palco para batalha de breakdance

A competição faz parte da programação do Movimento Internacional da Dança.

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 08/10/2016 15:15
Alan Jhone, conhecido como b-boy Papel, um dos dançarinos à frente da competição.
As ruas do Distrito Federal serão ocupadas pelo Movimento Internacional da Dança nas próximas semanas, que trás para a cidade competições de breakdance. Neste sábado (08/10), o palco é a Rodoviária do Plano Piloto. A batalha é comandada por Alan Jhone, conhecido como b-boy Papel, que já acumula 19 anos de dança de rua em sua trajetória. O dançarino já se apresentou na Europa e Estados Unidos e está à frente da competição que reúne 16 trios de diversas localidades do Distrito Federal, Goiânia e São Paulo. A disputa é organizada em duelos e a escolha pela Rodoviária teve por objetivo levar a dança para um lugar acessível para toda a população da cidade. O Movimento de dança tem por característica promover a troca artística entre público e criadores.

O público estava animado. ;Fazer essa apresentação aqui na Rodoviária é incrível. Temos a oportunidade de mostrar nosso trabalho para um público grande de pessoas, já que a circulação aqui é sempre alta;, afirma o b-boy. O júri é formado por três dançarinos especializados em dança de rua. Vale lembrar que o break está nas ruas do Distrito Federal desde meados dos anos 1980, sendo Ceilândia é referência nacional.

Durante batalha, os dançarinos competem em trios e são avaliados por três jurados. Após cada duelo, os juízes votam no trio que fez a melhor batalha. ;Funciona no esquema mata-mata até chegar nas finais, com a escolha do grande trio vencedor. Acredito que dançar breaking dance é uma forma de superar limites, mostrar nossa identidade e representar positivamente o lugar de que viemos, que na maioria das vezes só ganha visibilidade negativa;, analisa Alan. O b-boy conta ainda que quando começou a dançar, em Ceilândia, não existiam teatros ou espaços culturais na região. ;O que tinha por lá era dança de rua. Treinávamos nos fins de tarde nos morros de areia onde nos encontrávamos para treinar saltos mortais;, conta o dançarino.

O dançarino Samuel Henrique da Silveira Lima
Um dos participantes da batalha foi o dançarino Samuel Henrique, 19 anos, que dança há cinco e fez parte do elenco de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Samuel afirma que a dança foi responsável por ajudá-lo a sair da depressão que enfrentou após perder uma de suas pernas. ;Não fui eu quem escolheu a dança. Costumo dizer que foi a dança que me escolheu. Ela me tirou de casa, da depressão e me levou para diversos lugares do país. Já me apresentei e competi em Anápolis, São Paulo, Rio de Janeiro e vários outros lugares. A abertura dos Jogos Paralímpicos no Brasil foi um dos pontos altos, ali eu vivi uma emoção indescritível;, conta o dançarino.

O Movimento traz todas as vertentes da dança e ocupa, além do centro da cidade, outras regiões do DF. Os trabalhos de artistas locais, como o produzido por Alan Papel, fazem coro à mistura de apresentações nacionais e internacionais. A ideia é formar novas plateias por meio de apresentações acessíveis a todos os públicos, além de propiciar um envolvimento cada vez maior do brasiliense com a arte criada em sua própria cidade.
A competição movimentou a Rodoviária neste sábado
Confira um pouco mais do que rolou na batalha
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