Em email, apreendido pelos investigadores da Operação Mister Hyde, o cirurgião plástico José Carlos Daher orienta os funcionários do Hospital Daher a não receberem "em hipótese nenhuma" pacientes que chegassem para atendimento com ordem judicial vindos de processos da Secretaria de Saúde.
[SAIBAMAIS]Daher reclama de o hospital não estar recebendo por esse tipo de internação. A correspondência eletrônica, obtida com exclusividade pelo Correio, chegou aos investigadores por intermédio de um dos interlocutores do médico. "Em nenhuma hipótese, devemos internar qualquer mandado. Os leitos vazios devem permanecer desativados. Os aparelhos devem ser guardados e deve-se criar uma placa a ser pendurada: ;leio em manutenção;", destaca trecho do texto enviado por Daher.
Em outro momento, Daher explica que o hospital tem 15 leitos contratados pelo Executivo local, mas que o "mínimo de pacientes da regulação" deveriam ser internados. A hospitalização deveria ocorrer apenas quando houvesse solicitação da Secretaria de Saúde. "Jamais internar mandado. Haja o que houver", frisa Daher.
A correspondência foi enviada para todo o hospital, em fevereiro. Há pelo menos oito meses a unidade médica estava com a proibição. Até a publicação desta reportagem, a Secretaria de Saúde e o Hospital Daher haviam comentado o caso.