Jornal Correio Braziliense

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Caxumba faz quase 2 mil vítimas no DF; Ceilândia concentra 40,3% dos casos

Doença atinge principalmente homens e adultos na faixa etária de 20 a 49 anos. As duas doses da vacina tríplice viral são a única forma de prevenção


Vitor Gabriel Batista de Medeiros, estudante" /> 
 
As autoridades sanitárias trabalham com a possibilidade de epidemia de caxumba no Brasil. Somente na capital federal, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretaria de Saúde recebeu, até 24 de setembro, 1.913 casos da doença — média de 7 casos por dia desde o começo do ano. Só Ceilândia registrou 356 infecções. A cidade, distante 35km do Plano Piloto, centraliza 40,3% dos 62 surtos registrados no Distrito Federal — metade deles em escolas. A maioria das pessoas contaminadas é do sexo masculino. A Vigilância Epidemiológica está acompanhando os casos. A vacina é o principal mecanismo de controle. Entretanto, seis unidades de saúde, onde as salas de imunização funcionam, estão desativadas no DF. As obras estão atrasadas há dois anos e custarão R$ 12,2 milhões (leia abaixo).

Os adultos são os mais acometidos pela infecção. Ocorreram 925 casos somente na faixa etária entre 20 e 49 anos — cerca de 49% dos casos. Em seguida, vêm os jovens de 15 a 19 anos, que correspondem a 23,5% (439 casos). A caxumba pode causar febres, calafrios, dores de cabeça e musculares, além de inflamação das glândulas salivares, que causam dores ao mastigar. O inchaço pode ocorrer em um ou nos dois lados do rosto.

Vitor, Marco e Murilo fazem parte do grupo de pessoas que tiveram a doença no DF. Eles não tiveram complicações, mas conviveram pelo menos 10 dias com os sintomas. “No início, eu não conseguia comer e sentia um mal-estar, como se fosse de gripe. No primeiro dia, o médico não identificou que era caxumba. Tratou como alergia. No segundo, um outro profissional identificou a doença”, conta o bancário Marco Antônio Sousa Veloso, 24 anos. Outros amigos do morador de Águas Claras tiveram a infecção. 

Durante sete dias, o estudante Vitor Gabriel Batista de Medeiros, 21, ficou isolado. A medida era para evitar a disseminação da bactéria. Ele não sabe onde contraiu a doença. “Comecei a sentir uma dor e não conseguia mastigar. Dois dias depois, passei muito mal”, detalha. O auxiliar administrativo Murilo Soares Diniz, 23, teve a infecção dos dois lados do rosto. A febre assustou o jovem. “Depois de um mês começou a melhorar. Mesmo com analgésico forte, eu senti muita dor.”

Além de Ceilândia, as cidades que tiveram mais casos foram Taguatinga, com 173 ocorrências, e São Sebastião, com 157. No total, 62 surtos ocorreram ao longo do ano, distribuídos em 16 regiões administrativas (veja arte). Segundo a Vigilância Epidemiológica, a metade dos surtos ocorreu em escolas. A caxumba começou a ser notificada no segundo semestre de 2015. Do início de julho até o fim de dezembro, foram 130 casos no DF.
 
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