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Plano para captar água do Lago Paranoá deve ser adiado por falta de verba

Obras dependem de recursos do governo federal. O Ministério das Cidades, entretanto, diz que "a prioridade é viabilizar a continuidade das obras que já estão em andamento"

Um dos planos do Executivo local é sanar a crise hídrica da capital federal com a captação de água do Lago Paranoá. No entanto, a medida pode não sair do papel. As obras dependem em 86% de recursos do governo federal. Dos R$ 465 milhões necessários, R$ 400 mi são de aportes da União. Ao Correio, o Ministério das Cidades informou que "as obras ainda não iniciadas, dependerão da disponibilidade de recursos, a qual está atrelada à expectativa de melhoria de arrecadação" e que "a prioridade é viabilizar a continuidade das obras que já estão em andamento". Com isso, os planos do Palácio do Buriti ficarão mais distantes. O Ministério nem sequer recebeu a solicitação do dinheiro e garante que " etapas relativas a projetos e documentação" do GDF ainda estão em andamento. Nesta quarta-feira (21/9), Brasília passou, oficialmente, a ter racionamento de água.

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Cerca de 600 mil pessoas em Sobradinho, Planaltina, Itapoã, São Sebastião, Lago Norte e Grande Colorado seriam beneficiadas com a captação no Paranoá. O chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, diz a liberação dos recursos é o único entrave para iniciar as obras. Todo o projeto já está licitado. ;Para lançar mão da água do Lago Paranoá para uso humano, precisamos de uma série de obras. Estamos lutando junto à Caixa Econômica Federal (CEF) para fazer o financiamento e iniciar as obras", informou nesta quarta-feira (21/9).

O Ministério das Cidades, pasta que regula o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nem sequer recebeu a solicitação da CEF para liberar o recurso das obras do Sistema Paranoá. "Isso só pode ser enviado após o beneficiário cumprir todas as etapas relativas a projetos e documentação, o que no caso do Sistema Paranoá, ainda encontra-se em andamento pela Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal)", ressalta o Ministério, em nota.

"O papel do Ministério das Cidades, assim, é o de formulação e implementação de políticas públicas e programas federais de melhoria do saneamento, com apoio financeiro às iniciativas locais, quando possível, desde que obedecidos seus programas e normativos", completa o texto.

Na semana que vem, o governo vai lançar um edital para licitar obras de captação no Ribeirão Bananal. Os detalhes do projeto ainda não foram divulgados. Também está em curso a ampliação do sistema de Corumbá IV. As obras, entretanto, estão atrasadas e só devem ficar prontas em 2018. O GDF vai gastar R$ 280 milhões para trazer a água da estação de tratamento em Valparaíso (GO) até o DF. Gama e Santa Maria serão as primeiras cidades a receberem água desse manancial, que poderia representar até 15% do abastecimento do DF. A obra é um consórcio entre a Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) e a Caesb.