A ideia de não ter que se preocupar em escovar o cabelo para sair de casa martelava na cabeça de Adriana. Afrodescendente, ela sabe bem o que é enfrentar o drama diário de cuidar dos próprios fios. ;Eu queria molhar meu cabelo e pronto. Não queria ter que prender. Queria sair com ele solto.; Foi quando idealizou o projeto de desenvolver, em parceria com o profissional da química, uma linha de cosméticos exclusiva para o público-alvo do salão e também para ela. Aliás, os primeiros testes dos novos produtos, a empresária fez no próprio cabelo, considerado difícil de cuidar, justamente pelo fato de os cachos serem fartos e bem miúdos.
Finalizada a fórmula, elaborada especialmente para o clima de Brasília, o sonho, em pouco tempo, virou realidade e encheu as prateleiras do salão da cabeleireira. Para a Adriana, conduzir uma empresa que tem a proposta de reforçar a autoestima vai além do financeiro. ;Não foi por estar na moda, e sim porque chega cliente aqui chorando. Elas começam a contar as histórias, e eu entendo por que passei pelas mesmas coisas.;
Segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Adelmir Santana, o crescimento desse segmento incorpora novos consumidores. ;Nos anúncios publicitários, podemos observar que as pessoas cada vez mais estão se aceitando e se valorizando.;Já o presidente do Sindicato dos Salões e Institutos de Beleza, Barbeiros, Cabeleireiros e profissionais autônomos (Sincaab-DF), Célio Paiva, frisa que a busca por tratamentos especializados engrandece a profissão. ;É uma prática boa para a comunidade e para as empresas de beleza que têm esses diferenciais mercadológicos. Com o sucesso de alguns salões de beleza, que apresentam uma nova proposta, salões convencionais patrocinam cursos para que consigam se equiparar à concorrência.;
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