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Pacientes alegam falta de remédios contra câncer no Hospital de Base do DF

A Secretaria de Saúde do DF, contudo, nega que o estoque esteja negativo

Pacientes que fazem tratamento contra câncer e leucemia no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) alegam estar com o processo interrompido por falta de medicamentos e exames de diagnóstico na unidade. A dona de casa Wesdna Guimarães, de 53 anos, foi diagnosticada com leucemia há cinco anos e, desde então, é paciente no Hospital de Base, mas neste mês precisou fazer uma "pausa forçada" no tratamento por conta do estoque negativo do Imatinib 400, medicação que precisa ser utilizada todos os dias. A caixa do remédio, com 30 comprimidos, custa, em média, R$ 10 mil. No entanto, apesar das reclamações dos pacientes, a Secretaria de Saúde do DF afirma que o medicamento está com o estoque regularizado na rede pública.

"Geralmente pegamos o remédio entre os dias 5 e 10 de todo mês. Não diferente, fomos ao hospital esse mês, duas vezes, mas não conseguimos a caixa. Os funcionários do HBDF só nos informaram que estão em falta e não há previsão de reposição", explica o marido de Wesdna, Sávio Barreto. O funcionário público lamenta que, além da frustração da mulher em interromper o tratamento, ela tem crises de ansiedade com medo das consequências da pausa. "Câncer é uma doença muito grave. Ela fica sem dormir, angustiada, e tenho receio de que isso interfira na sua saúde."

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Não são apenas os pacientes que têm leucemia que reclamam da falta de estrutura do HBDF. A aposentada Lucimar Silva, 63, trata um câncer no reto desde dezembro de 2013 na unidade e precisa fazer um exame no PET Scan, também conhecido como PET CT - um dos aparelhos de mais modernos para diagnóstico e acompanhamento de câncer do país. O hospital é o único da rede pública do DF que tem o equipamento, no entanto, está encaixotado e encostado nos corredores do Ambulatório há três anos, segundo denúncia da própria família de Lucimar.

Conforme o Correio apurou em abril do ano passado, o aparelho não estava em uso porque era necessária uma sala reformada para recebê-lo e impedir a contaminação do ambiente com elementos radioativos. À época, a Secretaria de Saúde afirmou que o processo de adaptação havia iniciado ainda na gestão de Agnelo Queiroz, em meados de setembro de 2014, e a obra da sala já estaria em andamento.

Contudo, funcionários e pacientes que frequentam a unidade diariamente afirmam não ter presenciado reforma alguma. A única mudança realizada no local foi a inclusão de um recado na caixa do produto. "Aguarda término das obras para instalação". O filho de Lucimar, que a acompanha no hospital, disse que só há uma maneira de concluir o exame pela rede pública: um programa da unidade, junto ao Imagens Médicas de Brasília (Imeb), que concede o uso apenas uma vez por mês a um paciente do HBDF, sem custo adicional. "Não conseguimos pagar R$ 3,5 mil pelo exame na rede privada. Vamos esperar até que ela entre nesta fila e consiga fazê-lo", justifica.

Em nota, a Secretaria informou que o PET Scan ainda está se adequando à nova norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para a instalação do equipamento. "O projeto de arquitetura de Medicina Nuclear já foi aprovado e a secretaria aguarda a finalização dos trâmites para poder retomar as obras."