Isa Stacciarini
postado em 11/08/2016 17:52
O estelionatário amoroso João Luis Melo de Sousa, 48 anos, suspeito de praticar golpes contra mulheres no Distrito Federal, Goiás e em várias outras unidades da federação do país, foi preso na tarde desta quinta-feira (11/8) em São Paulo. A Polícia Civil da capital paulista chegou até o homem após um contrato de aluguel em que ele utilizava documento e nome falso. O homem se dizia consultor,se apresentou como João Luiz Shevchenko, e tentava fazer a locação de um imóvel na Vila Monumento, na capital paulista.
Ao apurar o caso, policiais de São Paulo constataram uma foto do suspeito em que ele também é investigado pelos episódios de estelionato em Brasília. Investigadores entraram em contato com a titular da 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro), delegada Cláudia Alcântara, que apura cinco ocorrências de mulheres vítimas do criminoso: três delas com inquérito aberto. ;Ainda não tínhamos a decretação da prisão preventiva, porque estamos em fase de investigação. Portanto, eles (em São Paulo) ficaram verificar se teriam outros crimes atrelados, além do uso de documento falso;, explicou.
Segundo Cláudia, a Polícia Civil de São Paulo manteria o homem preso em flagrante pelos crimes de uso de documento falso, falsidade ideológica e estelionato confirmados por mulheres da capital paulista.
João Luiz tinha, até junho deste ano, cerca de 18 perfis na internet em que postava fotos em aeroportos do Brasil à caça de novas reféns. Para ludibriar as pretendentes, o golpista dizia ser oficial do Exército Brasileiro, lotado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ou policial federal cedido ao órgão. Todos os órgãos confirmaram que o homem nunca teve vínculo com eles. Com perfil inteligente e sedutor, o estelionatário ainda se passava por psicólogo e economista, com pós-graduação em marketing.
Ele segue um padrão: adiciona as pretendentes ; todas entre 35 e 50 anos, com vida estável e poucos filhos ; e inicia a conversa. Mostra-se interessado pelos mesmos gostos das vítimas, revela ser instrutor de tiro e paraquedista. Com a desculpa do falso trabalho, ele conta viajar para muitos lugares em missões de investigação. Em alguns casos, as diárias nos hotéis são pagas pelas próprias envolvidas. Ele justifica que, em razão da crise econômica, o governo federal parou de arcar com as hospedagens. Galanteador, promete casamento e uma vida cheia de sonhos. Quando percebe o completo envolvimento, o golpista coloca em prática as farsas: cria problemas de saúde e pede dinheiro.
Uma das vítimas, moradora do Cruzeiro, perdeu cerca de R$ 102 mil. Ele tem, ainda, sete filhos. Todos fruto de relacionamento com vítimas. Não paga pensão alimentícia por recusa das ex-companheiras, que sabem da existência do golpe. Uma das primeiras vítimas foi uma autônoma de 35 anos, de Formosa (GO), em outubro de 2012. Em 15 dias, pediu a mulher em noivado. Em 2013, ela engravidou, mas um mês depois perdeu o bebê em aborto espontâneo. Ela deu ao golpista, ao todo, R$ 20 mil.