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Sem cirurgia de urgência em hospitais, jovem pode perder movimentos da mão

Moradora da Asa Sul se machucou no sábado, passou por dois estabelecimentos de saúde públicos e não conseguiu agendar o procedimento. Laudo médico ressalta urgência do caso

Há dois dias Deliane Rodrigues da Silva tenta uma cirurgia no braço esquerdo na rede pública da capital federal. A jovem de 28 anos cortou o pulso no último sábado (6/8) em uma porta de vidro. O ferimento atingiu nervos e tendões do pulso esquerdo ; o que pode causar incapacidade funcional permanente da mão.

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O primeiro atendimento da moradora da Asa Sul ocorreu no Hospital de Base (HBDF). Lá, Deliane ficou internada até segunda-feira (8/8). "Apesar da recomendação de cirurgia o médico plantonista me deu alta", conta.

O procedimento da moça só pode ser realizado no Hospital Regional do Paranoá (HRPr), onde há especialista no caso. Entretanto, na unidade médica não há leitos disponíveis para internação e anestesista geral. "Cheguei no Paranoá e me disseram que há uma fila de 900 pessoas na mesma situação ou mais grave. Não tem nenhum tipo de previsão", detalha Deliane.

O único retorno que a moça tem, até o momento, é que no próximo dia 30 ela deve voltar ao Base para retirar os pontos. "Os médicos já me disseram que os movimentos vão ficar comprometidos", reclama.

Um laudo médico da Secretaria de Saúde diz que o procedimento deve ser realizado em no máximo uma semana após o trauma. "(Há) o risco de não consegui restabelecer o ideal
reparo das estruturas lesadas", ressalta texto.

Na manhã desta quarta-feira (10/8), Deliane publicou um relato no Facebook pedindo ajuda. "Fui hoje até lá, e não há previsão de quando poderei ser operada", destaca o texto da rede social.


Versão oficial

A cirurgia de Daliane, segundo a Secretaria de Saúde, está classificada como urgente. "Ela será chamada nos próximos dias. A realização do procedimento não é imediata devido à grande demanda registrada na ortopedia do HRPa, referência em cirurgias de mão e coluna", explica o Executivo local, em nota.

Por semana, são realizadas de 12 a 15 cirurgias de mão, oito de coluna na unidade médica, de acordo com cálculos da Secretaria de Saúde. Além desses procedimentos, outras 40 cirurgias ortopédicas ocorrem todos os meses.

A Secretaria de Saúde não divulgou quantas pessoas estão na fila de espera e não agendou data para a cirurgia.