O espírito olímpico invadiu novamente a capital federal. Ontem, seleções de futebol feminino do Canadá, da Alemanha, da Suécia e da China jogaram no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, e para garantir a organização do evento, 292 voluntários de diversos países atuam na orientação dos torcedores dentro e fora da arena. Sem falar uma palavra em português, Denizhan Arslanbek, 23 anos, saiu de Ankara, na Turquia, e veio a Brasília trabalhar durante os jogos de futebol. ;O povo brasileiro é incrível, conheci muita gente interessante e estou amando a experiência. Vem sendo a aventura da minha vida;, conta.
O turco está hospedado em uma pousada na Asa Sul que encontrou pela internet e, até o momento, a única reclamação é referente ao clima da cidade. ;Falaram que não estava tão quente, mas, pra mim, já está fazendo calor suficiente;, afirma. Nas primeiras partidas, Denizhan trabalhou dentro do estádio. Nesta, do lado de fora. ;Conhecemos gente de todo canto do mundo aqui;, conta. Um dos amigos que ele fez na capital é o mexicano Carlos Ramos, 19, que saiu da cidade de Toluca para ajudar nos jogos. ;Sou estudante de arquitetura, então estou completamente abismado com Brasília. Já havia lido sobre os projetos arquitetônicos daqui em livros, mas ver pessoalmente é muito diferente, tem sido uma ótima experiência;, relata Carlos.
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[SAIBAMAIS]Entre os estrangeiros, Megan Dumas, 20 anos, é a que conhece melhor a capital. Moradora de Minnesota, nos Estados Unidos, veio a Brasília pela primeira vez em 2014, por meio de um programa de intercâmbio. Estudou por um ano em um colégio da Asa Norte. Agora, voltou para ser voluntária. ;Já queria retornar para reencontrar amigos. Aí, aproveitei a oportunidade e vim para as Olimpíadas. Nos jogos, o público é bastante educado, não apenas orientamos, mas conversamos e nos divertimos;, relata.
Os voluntários recebem a alimentação do dia trabalhado e um kit com camisa com o logo olímpico, calça, bolsa e tênis. Antes das partidas, passam por um treinamento para entender o funcionamento do evento, como as entradas e as saídas do estádio e de que maneira auxiliar os visitantes. ;Eles fazem uma orientação de 24 horas para aprendemos todas as informações. Nós, que somos de fora, fazemos o atendimento, principalmente com quem não fala português;, explica. Os voluntários são divididos em diversas áreas de atuação, de auxiliar em transporte até o atendimento direto com o público.
As inscrições para o programa de voluntariado ocorreram por meio dos Embaixadores do Turismo, entre junho e julho. Os selecionados realizaram entrevista ; via Skype para quem estava fora da cidade ; e, no fim, 292 foram convocados e 48 ficaram em cadastro reserva.
Mágico
Com experiência em Olimpíadas, a britânica Rhoda Adesanya, 31, é uma das que conseguiu vaga para atuar nos Jogos Rio 2016. ;Sou moradora de Londres e fui voluntária no evento de 2012. Foi uma experiência ímpar, então, precisava repetir o feito. Fiquei feliz de poder ser no Brasil;, revela. Desinibida, Rhoda conversava com todos e usava um megafone para recepcionar, em inglês, os torcedores que chegavam ao Mané Garrincha. ;O povo brasileiro é mágico. São amáveis, todos estão me tratando muito bem, sendo muito amigáveis e cheios de amor. Estou muito feliz que os Jogos estão acontecendo aqui, o país merece;, afirma.
No total, são 70 mil voluntários em atuação no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Manaus e Brasília. Por aqui, o trabalho dos voluntários termina no fim de semana, mas quem é de fora espera ver a capital novamente como palco de um evento esportivo mundial. ;Brasília merece receber os Jogos de novo. E, se eu estiver bem, quero ser voluntária mais uma vez;, diz Rhoda.