Jornal Correio Braziliense

Cidades

Policiais civis ameaçam parar na quinta caso não haja contraproposta do GDF

A categoria quer isonomia salarial com a Polícia Federal, que teve aumento de 37% em três parcelas



A direção do Sinpol se reuniu com o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e pediu um encontro com o governador. Caso Rollemberg não consiga espaço na agenda para conversar com os representantes da categoria, a expectativa é que eles voltem a cruzar os braços. ;O GDF afirma que não vai negociar se estivermos em paralisação. Então, resolvemos dar 72 horas para o governador emitir uma proposta;, afirmou Rodrigo Fernandes Franco, conhecido como Gaúcho, presidente do Sinpol.

Na quinta-feira passada, dia da estreia dos Jogos Olímpicos na capital, a corporação cruzou os braços por 48 horas ; ato considerado ilegal pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Na ocasião, chegaram a abandonar a escolta que faziam das delegações de atletas internacionais que se encontram na cidade para a competição. O GDF também anunciou o corte imediato do ponto dos servidores que aderiram à paralisação e retirou a proposta de reajuste apresentada no início da semana.

Ponto cortado
Na assembleia de segunda-feira, o sentimento era de revolta. ;As ameaças do Executivo não vão nos calar. Se eles quiserem cortar nosso ponto, que cortem logo de todo o mês;, relatavam os agentes em discurso na assembleia. Na ocasião, foi lida uma longa lista com nomes e matrículas de policiais, que afirmam não ter medo da ameaça do governo de cortar o ponto dos servidores.

O presidente do Sinpol disse, ainda, que agora apelará também para o governo federal, cobrando diretamente do presidente interino, Michel Temer (PMDB), de senadores e deputados federais. ;Nós somos uma corporação organizada e mantida pela União. O presidente Michel Temer tem condições de nos ajudar;, afirma.

Após a assembleia, os agentes seguiram em passeata até o Palácio do Buriti. Seis faixas do Eixo Monumental, em frente ao Palácio do Planalto, chegaram a ser ocupadas. Segundo o Sinpol, 4 mil policiais se reuniram na assembleia. Já a contagem da Polícia Militar relata que 800 pessoas estiveram na manifestação. No fim do trajeto, duas vans do Comitê Organizador Rio 2016 foram cercadas pelos manifestantes e impedidas de seguir trajeto. Os veículos foram obrigadas a retornar e traçar outro trajeto até o Estádio Nacional Mané Garrincha.