Comerciários se reuniram, na manhã desta quinta-feira (21/7) para protestar contra o Projeto de Lei 988/2016, de autoria da distrital Celina Leão (PPS), aprovado em 30 de junho. O texto ignora as convenções coletivas da categoria. Para o sindicato da classe, se sancionado pelo governador Rodrigo Rollemberg, o PL provocará diversos retrocessos. Entre os prejuízos estão o corte do vale-transporte e alimentação e do adicional salarial de 50% no salário dos domingos trabalhados.
Leia mais notícias em Cidades
Além disso, os comerciários também perderão o direito de alternar as equipes de trabalho aos domingos. O ato aconteceu na manhã desta quinta-feira (21/7), e reuniu cerca de 100 pessoas com faixas e cartazes, e acompanhadas por um trio elétrico. Participaram, comerciários, representantes dos sindicatos envolvidos na causa e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No início do SIA trecho 2/3, o movimento pacífico seguiu ocupando duas das três faixas da pista e foi guarnecido por uma viatura da Polícia Militar por todo o comércio da quadra.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Atacadista e Varejista de Materiais de Construção do Distrito Federal (Sintracom), Luciana Moraes, relata que a PL é um ato antidemocrático e inconstitucional. ;O que nós queremos é sensibilizar o governador para que ele perceba o tanto que os comerciários serão prejudicados;, explica. O protesto também tem o intuito de informar os próprios trabalhadores que ainda não estão cientes do projeto.
Panfletos foram distribuídos no comércio local e muito dos que trabalham no trecho diziam não saber do que se tratava. Vilmar Eurico dos Santos, trabalha na manutenção de uma empresa de materiais para construção há sete anos e relatou que não tinha conhecimento desta proposta. ;Acho um absurdo quererem cortar nossos benefícios. Acho importante lutar pela nossa causa;, afirma.
O Distrito Federal conta com, aproximadamente, 120 mil trabalhadores no comércio. Segundo o Sindicado dos Comerciários (Sindicom), em nenhum momento a deputada ou o governador consultaram qualquer entidade da classe ou grupo de trabalhadores. Para piorar, no dia da votação, representantes da categoria foram barrados de entrar na Câmara Legislativa.
O projeto tem a proposta de gerar mais empregos evitando demissões. Entretanto, de acordo com o secretário de administração e finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Julimar Roberto de Oliveira, a única consequência seria a redução da remuneração dos profissionais do comércio. ;Nossos trabalhadores já exercem suas funções aos domingos e isso não gerará mais empregos, isso de fato é uma tentativa de diminuir os salários para obter lucros;, reclama.
Quem já trabalha aos domingos não concorda com as alterações. O vendedor, Thiago Bittencourt, trabalha há 10 anos no comércio e encara o projeto como um retrocesso. ;Tudo isso é muito prejudicial, como os deputados que dizem prezar pela qualidade de vida querem fazer isso com a gente;, questiona.