Um arrastão de cerca de duas horas assustou o Jardim Botânico na noite da última terça-feira. Segundo levantamento do Movimento Comunitário, mais de 50 pessoas foram assaltadas no período. Dez vítimas estavam dentro dos comércios locais, algumas no horário de trabalho. Uma distribuidora de bebidas, uma petshop, dois salões de beleza e dois mercados foram o alvo da vez, segundo o Conselho de Segurança do bairro.
Na tarde de ontem, moradores e representantes das duas entidades se reuniram com a secretária de Segurança do DF, Márcia de Alencar, para reivindicar policiamento ostensivo no Jardim Botânico. A série de crimes da terça-feira aconteceu no fim da tarde, entre as 17h e as 19h. Muita gente demonstrou medo e indignação pelas redes sociais. A princípio, um bandido armado e em uma moto começou os assaltos pelas farmácias. Na petshop, foram sete vítimas.
Por medo, muitos evitaram registrar ocorrência. Na 30; Delegacia de Polícia (São Sebastião), chegaram ao conhecimento dos investigadores os ataques à loja de animais, onde o assaltante levou o celular e o notebook de uma funcionária, e ao do mercado. Nesse último, o criminoso levou mercadorias e R$ 550. Do comércio de Gilmar Araújo, proprietário do Empório Serrana, o bandido levou o dinheiro do caixa, todos os maços de cigarros e o telefone dele. Foi o terceiro roubo nos últimos 30 dias, e o 38; no geral. ;Já cheguei a ser assaltado dois dias seguidos. O que tinha de ter aqui é um posto com estrutura e com policiais à disposição, com uma rota de policiamento constante;, sugere. Na ação, Gilmar ficou preso no banheiro, enquanto o criminoso quebrava as câmeras de segurança.
Márcio Souza é dono do Mercado Magalhães. O assaltante o prendeu no banheiro e obrigou um cliente a ficar de costas, olhando para a parede. Alguns conseguiram fugir pela porta dos fundos. Foi levado todo o dinheiro do caixa, além de dois celulares, sendo um de uma moça do salão de beleza ao lado do mercado. ;Mesmo quando o posto (de polícia) estava aberto não fazia diferença. Fica na rua de cima e não observam o que acontece;, critica Márcio.
Por meio da assessoria de Comunicação, a PMDF informou que há duas equipes para rondas no bairro e que há seis meses não eram registrados crimes na região. Os de terça-feira foram classificados como ;pontuais; pela PM.
Solução pendente
Segundo o servidor público federal Flávio Henrique Santos, 43, presidente do Conselho de Segurança do bairro, a falta de uma delegacia e de policiamento específico para o Jardim Botânico atrai a criminalidade. A maioria das ocorrências do bairro é registrada nas delegacias do Paranoá e de São Sebastião. ;Esse modelo de segurança não funciona. Ficamos sem efetivo e sem estatística. A polícia só vem quando acontece algo. Prevenção, não existe. Precisamos de um contingente só para cá, porque a sensação de insegurança é total;, queixa-se.
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