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O vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana (PSD), terá que dar explicações à Câmara Legislativa e ao Ministério Público sobre as declarações a respeito de um suposto esquema de propina no governo. O número dois do Palácio do Buriti foi convidado a prestar depoimento na CPI da Saúde e aceitou comparecer. Ele será ouvido pelos parlamentares amanhã à tarde. Antes dele, os distritais vão interrogar a presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, Marli Rodrigues, que promete revelações sobre um suposto esquema de corrupção na rede pública.
A turbulência política em Brasília começou na semana passada, com a divulgação de conversas gravadas pela presidente SindiSaúde com interlocutores do governo, como o próprio Renato Santana. Em um dos áudios, o vice-governador admite saber da existência de um esquema de pagamento de propina no valor de 10% de contratos de serviços da Secretaria de Fazenda. Na conversa, Marli comenta sobre um esquema similar na Secretaria de Saúde, que chegaria a 30% sobre o montante dos contratos. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) determinou que a Controladoria-Geral do DF e a Polícia Civil apurem o caso. O chefe do Executivo também entrou com uma queixa-crime contra Marli Rodrigues.
Ontem, o Ministério Público do DF e o Ministério Público de Contas enviaram ofício ao vice-governador pedindo detalhes sobre o episódio. O documento, assinado pela promotora de Justiça de Defesa dos Usuários do Sistema Único de Saúde Marisa Isar, e pela procuradora-geral do MP de Contas, Cláudia Fernanda, solicita a apresentação da lista citada por Renato Santana nos áudios. No ofício, também há um pedido para que o vice revele o nome do servidor envolvido no suposto esquema, que ainda permaneceria nos quadros do GDF, e as empresas que teriam pago propina para obter benefícios em contratos públicos.
Outros casos
Renato Santana não é o único que terá que prestar informações ao MPDF e ao Ministério Público de Contas. Marisa Isar e Cláudia Fernanda também pediram esclarecimentos sobre o caso ao secretário de Saúde, Humberto Fonseca, ao controlador-geral do DF, Henrique Ziller, ao subsecretário de Logística e Infraestrutura de Saúde, Marcelo Nóbrega, e ao presidente do Fundo de Saúde do DF, Arthur Pinho de Lima.
Um dos episódios que serão investigados passa pelo suposto desvio do valor da licença-prêmio de servidores aposentados. O MP também quer detalhes sobre a denúncia de que o governo teria dificultado o repasse da contribuição sindical devida ao SindSaúde. O Ministério Público pediu que o Fundo de Saúde apresente informações sobre o desconto em folha realizado no contracheque de funcionários da saúde sindicalizados.
A Polícia Civil também apura os mesmos fatos, por meio de um inquérito aberto pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública. Marli Rodrigues já prestou depoimento e o vice-governador também deve ser ouvido durante a investigação. ;Estamos buscando elementos de prova, mas, até agora, ainda não há a materialidade de crimes;, comenta o delegado-chefe da unidade, Alexandre Linhares.
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