Jornal Correio Braziliense

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Suspeito de terrorismo é detido em Brasília; Polícia Federal é acionada

O homem é morador de São Sebastião e foi denunciado pela própria mulher, que o acusou de guardar explosivos com a intenção de provocar uma explosão no Aeroporto Internacional de Brasília

A mulher do suposto terrorista teria denunciado ele, no 21; Batalhão da Polícia Militar, em São Sebastião, por ameaçá-la de morte. Ela relatou aos policiais militares que o marido era estrangeiro, que iria voltar ao seu país de origem, o Paquistão, nesta terça-feira, mas que antes de viajar iria explodir o Aeroporto Internacional de Brasília com ela e sua família. O casal tem um filho de pouco mais de um ano e acredita-se que a guarda dele era o motivo das brigas do casal.

Do Batalhão, ela foi encaminhada à central de flagrante, a 6; Delegacia de Polícia, no Paranoá, para formalizar a queixa, mas desistiu de dar prosseguimento à acusação ao chegar na delegacia, por preferir que ele fosse embora para o Paquistão na data marcada. Se a denúncia se concretizasse, ele seria preso imediatamente.

Para a PM, o suspeito não negou nem confirmou que explodiria o aeroporto, mas dizia que terça-feira seria seu último dia aqui. Quando questionado se seria o último dia no Brasil ou na vida, ele afirmou que "um muçulmano não se mata". Já o delegado-chefe da 6; Delegacia de Polícia, Marcelo Portela, disse que, durante o depoimento, em meio a conversas desencontradas, o suspeito confirmou a explosão e por isso foi encaminhado à PF. Não é possível, porém, afirmar ainda que a história é verdadeira. ;Não há indícios de nenhuma célula terrorista na região;, disse.


O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE) fez uma varredura na casa do suspeito e nas proximidades, em São Sebastião, mas não encontrou nada. A reportagem do Correio esteve no local e pelo menos 10 carros da corporação deixaram o endereço por volta de 16h10. Foi confirmado, no entanto, o bilhete aéreo com destino ao Paquistão na próxima terça-feira.

Contradições

De acordo com uma nota da PM, com informações preliminares, a mulher colocou em dúvida a nacionalidade dele. Ela informou que, apesar de constar paquistanês em seus documentos, ele é argelino. Ela alega também que ele tem outra mulher e outros filhos no Paquistão. A certidão de óbito apresentada para casar-se com a brasileira seria falsa. Segundo ela, ele fala seis idiomas e é fluente em português, mas, em depoimento à Polícia Militar, ele dizia não entender algumas perguntas.